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Após absolvição no STF, Delcídio do Amaral pede indenização por ter sido alvo da Lava Jato

Ex-senador foi preso em 2015, colaborou com o MPF, mas teve condenação anulada quase uma década depois

Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado e, à época, filiado ao PT, busca na Justiça uma indenização do governo federal por ter sido condenado na Operação Lava Jato, da qual foi um dos alvos mais emblemáticos. A informação foi revelada pelo portal UOL nesta quarta-feira, 27.

Preso em novembro de 2015 por ordem do então ministro do STF, Teori Zavascki, Delcídio foi acusado de tentar obstruir as investigações da operação. Após 80 dias de prisão, teve seu mandato cassado pelo Senado Federal em votação quase unânime: 74 votos a favor, nenhum contra e apenas uma abstenção.

Multa suspensa e absolvição em 2024

Na ocasião, o então senador aceitou firmar um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, assumindo o pagamento de uma multa de R$ 1,5 milhão. No entanto, em setembro de 2024, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal suspendeu a obrigação de pagamento e Delcídio foi absolvido pela Justiça Federal.

Após a decisão, o ex-senador desabafou:
“Sofri por oito anos e fui inocentado em 15 minutos”.

Ele afirmou que a indenização, caso aprovada, não seria destinada a enriquecimento pessoal:
“Não é para comprar imóvel”, disse. “É para compensar com alegria tudo o que passei.”

Delcídio reafirma acusações contra Dilma e diz estar escrevendo livro

Apesar da absolvição, Delcídio do Amaral afirma que não se arrepende das acusações que fez contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Ele revelou que está escrevendo um livro sobre os bastidores do período em que liderou o governo no Senado e sobre sua participação na CPI dos Correios, que investigou o mensalão em 2005.

“Fui abandonado e executado”, declarou.
“Me largaram na banguela. A leitura foi: ‘Vai Delcídio, ficamos nós’. Me jogaram aos leões.”

Segundo Delcídio, ala de Dilma tentou tomar controle do PT

No livro que está preparando, Delcídio pretende apresentar a tese de que um grupo interno do PT se aproveitou da Lava Jato para tentar assumir o controle do partido, em meio à crise política da época.

“Não era um grupo majoritário, era o grupo do governo Dilma Rousseff: José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante”, afirma.
“Eles queriam assumir o PT.”

Trajetória política

Aos 70 anos, Delcídio do Amaral reúne experiência em diferentes esferas do poder. Antes de ser líder do governo Dilma, foi ministro de Minas e Energia no governo do ex-presidente Itamar Franco e exerceu papel central na articulação política do Congresso durante o período do mensalão e da Lava Jato.

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