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Balde de água fria frustra estratégia de comunicação do governo Lula

Metade dos brasileiros diz que exposição do presidente piora avaliação; programas de governo têm baixo impacto percebido

A mais recente pesquisa Genial/Quaest trouxe um alerta contundente para o Palácio do Planalto: a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em desgaste acelerado. Para 50% dos entrevistados, a frequente exposição do petista na mídia tem piorado a avaliação que fazem dele, revelando que a atual estratégia de comunicação pode estar tendo o efeito oposto ao desejado.

O levantamento, conduzido pelo instituto Quaest sob a direção do cientista político Felipe Nunes, mostrou também que programas considerados vitrines do terceiro mandato de Lula têm baixo impacto percebido pela população, enquanto a desaprovação do governo atinge 56%, uma alta de sete pontos percentuais em relação a janeiro.

Governo perde conexão com o eleitor; marcas antigas já não mobilizam

Dentro do governo, há o reconhecimento de que discursos e programas que funcionaram no passado já não produzem o mesmo efeito. Iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Bolsa Família, protagonistas de mandatos anteriores, não despertam mais entusiasmo no eleitorado.

Além disso, o discurso de “salvação da democracia” que foi central na vitória de 2022 contra Jair Bolsonaro não tem mais o mesmo apelo diante de preocupações mais imediatas da população, como violência, questões sociais e economia.

Troca na Secom não reverteu percepção negativa

Em uma tentativa de reverter a crise de imagem, o governo trocou o comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom) em janeiro. Saiu o deputado petista Paulo Pimenta, entrou o marqueteiro Sidônio Palmeira. No entanto, a pesquisa aponta que 44% dos brasileiros não perceberam qualquer mudança na comunicação do Executivo.

A percepção de desconfiança marca o atual momento. Segundo a pesquisa, programas como:

  • Pé de Meia: 7% consideram que trouxe impacto positivo;
  • Desenrola: apenas 3%;
  • Acredita: só 2%.

Para 33% dos entrevistados, nenhum programa citado trouxe qualquer mudança perceptível em suas vidas.

Medidas econômicas têm baixa repercussão e impacto limitado

Outras ações do governo para tentar se reconectar com o eleitor também fracassaram em termos de comunicação e efeito prático percebido. A isenção do imposto de importação sobre 11 alimentos foi desconhecida por 56% da população até a divulgação da pesquisa. E embora 53% saibam da proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, 51% avaliam que o benefício trará apenas uma “melhora pequena” nas finanças.

Exposição de Lula na mídia tem efeito negativo

A pesquisa mostra ainda que, mesmo com maior presença nos meios de comunicação, a imagem do presidente não tem melhorado. Para 38% dos entrevistados, Lula tem aparecido mais em discursos e entrevistas, mas 47% dizem que veem mais notícias negativas do que positivas sobre o governo

O dado mais preocupante para a estratégia de comunicação do Planalto é que 50% dos entrevistados afirmam que quanto mais Lula aparece, pior fica a avaliação que fazem dele — um indicativo claro de desgaste e fadiga da imagem presidencial.

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