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Glauber Braga anuncia greve de fome após Conselho da Câmara aprovar cassação

Deputado do PSOL reage à decisão sobre agressão a militante do MBL e acusa articulação política

Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (8), por 13 votos a 5, o relatório que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A decisão é resultado da acusação de agressão ao militante do MBL, Gabriel Costenaro, em um episódio ocorrido em abril de 2023. Em resposta, o parlamentar anunciou o início de uma greve de fome por tempo indeterminado até que o caso seja votado em plenário.

“Não vou me alimentar até o fim do processo”, diz deputado

Durante uma sessão marcada por tensão e discursos inflamados, Glauber Braga declarou:

“Estou o dia inteiro em jejum e a partir de agora não vou, até o fechamento desse processo, me alimentar. Vou permanecer aqui, aguardando, com uma decisão irrevogável de que não vou ser derrotado pelo orçamento secreto. Quem imaginou que utilizaria esse episódio, que eu seria um cadáver político ou zumbi, não sabe da minha convicção.”

O parlamentar também deixou claro que sua atitude é um ato de protesto político:
“Quem quiser chamar de greve de fome, chame como queira, mas vou dar manutenção a uma ação de não rendição ao orçamento secreto e a Arthur Lira e companhia.”

PSOL acusa articulação política de Lira

Durante a sessão do Conselho, deputados do PSOL acusaram o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de estar por trás de uma suposta manobra para retirar Glauber do mandato. O partido argumenta que a ação é uma retaliação política, motivada pelas posições críticas do parlamentar à cúpula da Casa e ao chamado “orçamento secreto”.

Relatório cita desproporcionalidade e quebra de decoro

O parecer apresentado pelo relator Paulo Magalhães (PSD-BA), no dia 2 de abril, apontou que houve quebra de decoro parlamentar por parte de Glauber Braga. Segundo o relator:
“A violência física cometida pelo deputado em resposta à ofensa verbal perpetrada por Gabriel Costenaro foi totalmente desproporcional e, portanto, injustificada.”

Cassação depende de votação no plenário da Câmara

Com a aprovação no Conselho de Ética, o processo agora segue para o plenário da Câmara dos Deputados, onde precisará de maioria absoluta (257 votos favoráveis) para que a cassação seja efetivada. A pauta será definida pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ainda não sinalizou uma data para a votação.

Durante a sessão desta terça, militantes do PSOL acompanharam os debates, e houve atraso no início da ordem do dia. Apesar da expectativa de interrupção às 16h, os trabalhos se estenderam até pelo menos 18h, em um movimento incomum na rotina legislativa.

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