Maduro decreta nova emergência econômica na Venezuela em resposta a tarifas dos EUA
Líder chavista culpa “guerra comercial” de Trump por agravamento da crise

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (8) um novo decreto de emergência econômica, alegando que a medida é necessária para enfrentar as tarifas recentemente impostas pelos Estados Unidos e o que classificou como uma “guerra comercial” global promovida por Donald Trump. O decreto, que aguarda aprovação da Assembleia Nacional, confere a Maduro amplos poderes para intervir diretamente na economia do país.
Durante uma transmissão ao vivo pela televisão estatal, Maduro afirmou que as tarifas de 15% sobre produtos venezuelanos, como café, rum, frutos do mar e peixe fresco, representam um “ataque ao sistema econômico global”. Ele chegou a comparar a situação a uma “guerra nuclear econômica”, dizendo: “acordos internacionais, como os acordos existentes da OMC, estão sendo deixados de lado. Bum. Os mísseis caíram. Não há mais OMC”.
Histórico de crise e medidas extraordinárias
A Venezuela já viveu sob estado de exceção econômica entre 2016 e 2021, período marcado por sanções severas dos EUA, hiperinflação e recessão provocada pela pandemia. O novo decreto amplia o controle do regime chavista sobre a economia, permitindo a tomada de decisões unilaterais, sem necessidade de aval legislativo.
Medidas previstas no novo decreto
Com a nova emergência econômica, Maduro poderá:
- Estabelecer regulações temporárias e excepcionais para estabilizar a economia;
- Cobrar impostos e definir cotas de compra de produtos nacionais para proteger a indústria local;
- Implementar mecanismos contra a evasão fiscal;
- Aplicar medidas sociais e políticas que considerar adequadas ao contexto emergencial.
Aumento da pressão internacional
Além das tarifas sobre importações, o governo Trump também ameaça com uma tarifa de 25% contra países que comprarem gás ou petróleo da Venezuela, além de cancelar licenças de empresas estrangeiras que operam no setor de energia venezuelano. Em declarações recentes, Trump acusou o regime de Maduro de enviar criminosos aos EUA e de agir de forma “hostil” aos interesses americanos, intensificando a tensão diplomática.