
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, declarou nesta quarta-feira (9) que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um dos principais responsáveis por uma possível alta nos preços dos alimentos no Brasil. Segundo ele, a nova postura comercial adotada pelos EUA está interferindo diretamente na valorização do dólar, o que acaba afetando os custos de produtos básicos e commodities no mercado brasileiro.
As declarações ocorrem dias após Trump anunciar a redução para 10% das chamadas “tarifas recíprocas”, com uma pausa de 90 dias na aplicação das novas alíquotas, que haviam sido impostas a diversos países. Mesmo com a trégua parcial, o ministro apontou que o cenário econômico já sofreu impactos negativos.
“Ele quer passar a inflação americana para nós”, diz ministro
Em sua fala, Teixeira foi direto ao responsabilizar o ex-presidente norte-americano:
“O presidente dos EUA tirou de todo mundo, brigou com todo mundo, acabou com todo sistema pós-guerra, entre eles o sistema OMC, acabou com o sistema multilateral e o dólar que tava a R$ 5,70 agora já foi a R$ 6. Portanto, ele é um grande responsável se tiver retorno do preço de alimentos no Brasil. O que ele quer fazer é passar a inflação americano pra nós, pra todo mundo, valorizando o dólar e valorizando os produtos norte-americanos”, afirmou o ministro.
A crítica gira em torno da estratégia de Trump de adotar medidas protecionistas que, segundo Teixeira, pressionam as moedas de países emergentes e tornam os alimentos mais caros no mercado interno.
“O aumento dos alimentos no Brasil tem um nome”
Paulo Teixeira reforçou seu ponto ao relacionar diretamente a alta dos preços à eleição do ex-presidente americano:
“O preço de alimentos, na minha opinião, o aumento dos alimentos no Brasil tem um nome. Eu não sei quem aqui botou o boné, o nome do preço de alimentos no Brasil, o aumento se deveu a uma variação cambial que teve como razão a eleição de Donald Trump”, afirmou.
Para ele, a guerra comercial iniciada pelos EUA já está elevando a volatilidade cambial, com o dólar chegando a R$ 6, e gerando efeitos colaterais que atingem, inclusive, o consumidor brasileiro:
“Agora, o Donald Trump abriu uma guerra comercial com o mundo inteiro e o dólar chegou a R$ 6”, concluiu.
Reação ocorre em meio a cenário econômico instável
As declarações do ministro acontecem em um contexto de aumento da tensão no comércio internacional, em especial após o retorno de Trump ao cenário global e a adoção de tarifas unilaterais contra países exportadores, incluindo o Brasil. O impacto da variação cambial sobre o preço de insumos agrícolas e alimentos já preocupa produtores e consumidores, elevando a pressão sobre o governo.