
A jornalista Eliane Cantanhede, comentarista da GloboNews, revelou ao vivo, na noite desta quinta-feira (10), que recebeu uma mensagem de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) com uma sugestão direta de pergunta a ser feita no programa. O episódio ocorreu durante a edição especial intitulada “Mergulhando no PL da Anistia”, que debatia o avanço do projeto de lei que visa anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Sem citar o nome do ministro nem a plataforma por onde a mensagem foi enviada, Cantanhede afirmou que o conteúdo chegou em resposta às discussões sobre o avanço da proposta na Câmara dos Deputados, após o anúncio do líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), de que o requerimento de urgência havia alcançado as 258 assinaturas necessárias.
Sugestão em tom crítico: STF compara protesto a invasão domiciliar
Eliane compartilhou o teor da mensagem, afirmando que o ministro propôs a seguinte pergunta aos defensores da anistia:
“Se invadissem a sua casa, jogassem rojões, paus e barras de ferro em seus funcionários, destruíssem os seus móveis e quisessem que o vizinho tomasse o poder e passasse a comandar sua família e sua residência, você pediria anistia?”
Ainda segundo a jornalista, o magistrado reforçou a comparação ao afirmar:
“Mas contra o país e a democracia, tudo bem? Pode?”
A declaração do ministro, ainda que revelada de forma indireta, levanta questionamentos sobre a postura ativa e política de integrantes do Judiciário, especialmente no contexto em que o STF é parte diretamente interessada nos desdobramentos jurídicos do 8 de janeiro.
Repercussão e questionamentos sobre imparcialidade
A revelação feita ao vivo por Eliane Cantanhede gerou reação imediata nas redes sociais, com críticas de que a suposta sugestão do ministro ultrapassaria os limites institucionais. Parlamentares e analistas apontaram que o ato pode ser interpretado como uma tentativa de influenciar o debate público e editorial de um veículo de comunicação, ao passo que o STF deveria se manter equidistante das discussões políticas no Legislativo.
A comparação feita pelo magistrado — igualando os atos de vandalismo no Congresso à invasão de uma residência particular — reforça o discurso do Supremo em defesa de punições rigorosas aos envolvidos nos protestos, mas também acirra o embate entre Judiciário e setores da oposição.
Projeto de anistia acelera na Câmara
O projeto de lei que busca conceder anistia a civis condenados pelos atos do 8 de janeiro ganhou fôlego com a aprovação do regime de urgência, o que permite que a matéria vá direto ao plenário, dispensando análise prévia nas comissões temáticas. O avanço da proposta é visto como vitória simbólica da oposição, especialmente da bancada bolsonarista, e sinaliza uma possível derrota política para o governo e para o STF, que são contrários à medida.
CIRCO!
Um ministro da Suprema Corte manda perguntas pelo Whatsapp para jornalista da GLOBO fazer ao VIVO sem se identificar, o PT e a ESQUERDA acabaram com nossa Suprema corte, quem está lá não tem o menor preparo, não faz idéia de como deveria se comportar!
Este país acabou! pic.twitter.com/X2s4u7tPRC
— RT do Brasil (@RTdoBrasil) April 11, 2025