
Brasília, DF – Enquanto nações ao redor do mundo observam com preocupação o avanço de regimes autoritários que suprimem liberdades individuais e perseguem opositores, o Brasil se vê em uma encruzilhada diplomática. Críticos do governo atual apontam para uma aparente aproximação com países como Venezuela, Irã, Nicarágua, Cuba, Rússia e China, nações frequentemente citadas por violações de direitos humanos, censura à imprensa e fragilização da democracia.
A posição brasileira, historicamente defensora da autodeterminação dos povos, tem sido questionada por analistas e pela oposição que enxergam nessa aproximação um perigoso endosso a práticas ditatoriais. Regimes que prendem opositores políticos, silenciam vozes dissidentes e cerceiam a liberdade de expressão são temas recorrentes em relatórios de organismos internacionais, mas parecem encontrar no Brasil, em certos momentos, um aliado silencioso ou complacente.
O que mais chama a atenção nesse cenário, segundo parlamentares da oposição e veículos de imprensa, é o aparente silêncio do Congresso Nacional. A instituição, que deveria ser o principal contraponto e fiscalizador das ações do Poder Executivo, parece estar alheia ou inerte diante das críticas. Em um período crucial para o debate sobre os rumos da política externa brasileira e os valores democráticos que o país deveria defender, a pausa para as férias parlamentares é vista por muitos como um descaso.
“É inadmissível que, em um momento em que a democracia global está sob ataque, o Congresso se cale ou se omita”, desabafa um deputado da bancada de oposição, que preferiu não ser identificado. “Enquanto regimes autoritários consolidam seu poder e oprimem seus povos, o nosso parlamento, que deveria ser a voz da nossa sociedade, está de férias. Que mensagem estamos enviando ao mundo?”
A inação do Congresso levanta questionamentos sobre a capacidade do Brasil de se posicionar de forma firme em defesa dos direitos humanos e da democracia no cenário internacional. A sociedade civil e setores da imprensa esperam um posicionamento mais incisivo e uma cobrança efetiva por parte dos representantes eleitos, antes que o silêncio seja interpretado como consentimento.
Da redação por: Flavio Fontoura