
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) atribuiu nesta quinta-feira (3) a queda na popularidade do presidente Lula (PT) a fatores externos como as mudanças climáticas e a valorização do dólar. A declaração foi dada durante entrevista ao podcast Direto de Brasília, do Blog do Magno.
A justificativa veio no mesmo dia em que o governo lançou a campanha publicitária “Brasil Dando a Volta por Cima”, que buscou reforçar as ações da atual gestão e tentar frear a crescente reprovação popular, que chegou a 56%, segundo a pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (2).
“Nós tivemos dois fatos que impactam a inflação, especialmente de alimentos: um é o clima, com seca e calor intensos, que reduziram a safra e elevaram os preços. O outro é o dólar, que chegou a R$ 6,20 e encareceu os custos de produção”, justificou Alckmin.
Dados apontam desgaste e aprovação em queda
De acordo com o levantamento da Genial/Quaest, a aprovação do governo caiu de 47% para 41%. Diante dos números, Alckmin reconheceu que a comunicação do governo precisa melhorar, defendendo maior divulgação das ações e programas em andamento.
O vice-presidente afirmou que o governo está “no meio do mandato” e que esse tipo de oscilação nas pesquisas é natural, mas reforçou a necessidade de “melhorar a entrega e a percepção da sociedade sobre as políticas públicas”.
Sidônio culpa ministros por desgaste
Após o evento institucional que apresentou o balanço de dois anos do governo, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, também comentou os números negativos e afirmou que os próprios ministros são responsáveis pelo declínio da popularidade de Lula. A fala evidencia desgaste interno na articulação da imagem governamental, especialmente em meio à crise econômica percebida pela população.
Lula é “favorito” para 2026, diz Alckmin
Apesar do cenário, Alckmin afirmou que vê como “natural” uma candidatura à reeleição por parte de Lula em 2026:
“Lula tem experiência, tem liderança, é o único brasileiro que foi três vezes presidente da República. Eu diria hoje que Lula é favorito”, declarou.
Questionado sobre a possibilidade de repetir a chapa como vice, o pessebista desconversou:
“Vice, você é convidado. Eu fui convidado na eleição anterior e fiquei muito honrado”, afirmou, sem confirmar se estaria disponível para uma nova composição.