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Amoêdo: Fez o “L” em 2022, mas agora chama governo Lula de “medíocre”

Fundador do Novo critica política econômica e cobra responsabilidade fiscal

O empresário João Amoêdo, fundador e ex-presidente do partido Novo, criticou duramente o governo do presidente Luiz Inácio  da Silva em entrevista ao canal Poder360, publicada neste domingo (20). Apesar de ter declarado apoio ao petista no segundo turno das eleições de 2022, Amoêdo afirmou que a atual gestão é “medíocre” e decepcionante.

“Governo não prioriza responsabilidade fiscal”

Amoêdo destacou a falta de compromisso com o equilíbrio das contas públicas como um dos principais erros da gestão Lula. Segundo ele, a ausência de uma política fiscal consistente tem alimentado a inflação, mantido os juros altos e prejudicado o poder de compra da população.

“A pauta da responsabilidade fiscal, fundamental para combater a inflação, foi deixada de lado. Nunca teve prioridade por parte do governo”, afirmou.

Haddad é elogiado, mas sabotado

Durante a entrevista, Amoêdo fez um elogio isolado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem atribuiu transparência na condução da economia, mas criticou os entraves internos.

“Haddad tem boas intenções, mas é limitado politicamente dentro do próprio governo. É frequentemente sabotado pelo PT e até por Lula.”

Como medida de correção, sugeriu que o presidente anuncie não disputar mais eleições, o que abriria espaço para decisões de médio e longo prazo, além de sugerir o aproveitamento de oportunidades comerciais com os EUA.

“O Novo se perdeu”: Amoêdo comenta saída do partido

Amoêdo, que fundou o Partido Novo, explicou que deixou a sigla em 2022 após divergências com a nova linha ideológica. Ele criticou a aproximação da legenda com o ex-presidente Jair Bolsonaro, movimento que considera uma traição aos princípios originais do partido.

“O Novo era uma esperança de renovação na política brasileira, mas perdeu sua essência. Hoje, não há ninguém no partido que eu admire.”

Sua filiação foi suspensa após declarar apoio a Lula, o que causou forte repercussão interna. Mesmo diante das críticas ao governo, Amoêdo disse não se arrepender do voto, classificando a decisão como “necessária naquele momento”.

Outras posições: cotas, privatizações e leis trabalhistas

Na mesma entrevista, Amoêdo comentou diversos temas sensíveis da agenda pública:

Cotas raciais e sociais

Ele defendeu a manutenção das cotas, mas defende uma revisão criteriosa da eficácia do sistema:

“Algumas cotas não fazem mais sentido. É preciso avaliar os resultados e ajustes.”

Privatizações

Defensor do Estado mínimo, reafirmou sua posição favorável à privatização de estatais como a  e a Caixa Econômica Federal:

“O governo não deveria gerir empresas, deve focar em saúde, segurança e educação.”

Flexibilização das leis trabalhistas

Amoêdo voltou a defender mudanças nas leis trabalhistas, afirmando que a rigidez da CLT inibe o crescimento do mercado de trabalho.

Sobre a proposta de fim da escala 6×1, afirmou que o Brasil ainda não está pronto, devido à baixa produtividade da economia:

“Não adianta importar um modelo europeu sem que tenhamos condições reais para aplicá-lo.”

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