NotíciasPolítica

Senado convoca ex-assessor de Moraes para audiência sobre vazamento de informações

Comissão de segurança pública quer esclarecimentos sobre atuação no TSE

O Senado Federal marcou para a próxima terça-feira, 29, uma audiência pública para ouvir Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro foi indiciado pela Polícia Federal por “violação de sigilo funcional com dano à administração pública”.

A audiência foi solicitada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que acusa o gabinete de Moraes de ter ordenado a produção de relatórios no TSE para embasar medidas contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Outras convocações e convidados

Além de Tagliaferro, foram convidados os juízes Marco Antônio Martins Vargas e Airton Vieira, ambos ligados ao gabinete de Moraes. Até o momento, eles não confirmaram presença. Também foi convidado o influenciador português Sérgio Tavares, que divulgou um vídeo em que Tagliaferro demonstrava receio de ser preso por ordem de Moraes e cogitava deixar o Brasil.

Quem é Eduardo Tagliaferro?

Ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Tagliaferro foi indiciado no início de abril por suspeita de vazar informações sigilosas à imprensa. As acusações surgiram após a apreensão de seu celular, no contexto de uma prisão relacionada a um caso de violência doméstica.

Segundo relatório da Polícia Federal, ele teria compartilhado detalhes internos da assessoria do TSE com jornalistas, com o objetivo de “arranhar a imagem do ministro do STF” e “desacreditar a imparcialidade dos membros da corte”.

A defesa de Tagliaferro, por meio do advogado Eduardo Kuntz, nega qualquer irregularidade e questiona a robustez da investigação. O ex-assessor alegou ainda que, após detectar falhas no celular apreendido, decidiu descartar o aparelho.

Escândalo “Vaza Toga” e as acusações de interferência

O caso de Tagliaferro se conecta à série de reportagens intitulada “Vaza Toga”, publicada pela Folha de S.Paulo em 2024. As matérias revelaram que o gabinete de Moraes teria encomendado relatórios clandestinos do TSE para fundamentar decisões judiciais contra ativistas e veículos ligados ao bolsonarismo.

Áudios e mensagens de WhatsApp obtidos pela reportagem sugerem que Moraes dirigia pessoalmente a coleta de provas, mantendo-se simultaneamente como investigador, acusador e julgador dos casos.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo