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Crise no TCU revela impasse interno e trava apuração sobre fraude bilionária no INSS

Disputa entre ministros escancara paralisia institucional em meio ao maior escândalo previdenciário da história recente

fraude bilionária no INSS que lesou milhões de aposentados brasileiros desencadeou uma crise sem precedentes no Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro Bruno Dantas determinou nesta terça-feira (6) que o Instituto Nacional do Seguro Social apresente, em até 15 dias, um plano de ressarcimento aos segurados prejudicados por descontos irregulares em seus benefícios. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 6 bilhões.

A decisão escancarou um racha público dentro do TCU, revelando tensões entre ministros em torno da relatoria do caso, atribuída a Aroldo Cedraz, que vem sendo acusado de atrasar deliberadamente as investigações sobre o esquema fraudulento.

Ministros criticam lentidão de Cedraz e falam em “frustração institucional”

Durante sessão no plenário do TCU, Dantas lamentou a inércia no julgamento dos recursos apresentados pelas entidades sindicais envolvidas na fraude:

“Estamos em maio de 2025 e não sabemos — porque não há monitoramento — se alguma medida foi cumprida ou não”, afirmou visivelmente frustrado.

Walton Alencar foi mais incisivo, acusando o relator de permitir a paralisia processual: “O acórdão é de junho de 2024. E agravo não tem efeito suspensivo. Houve três agravos e dois embargos, e nada foi feito desde então.”

Cedraz rebateu as críticas alegando que as acusações seriam baseadas em “fake news”, mas não negou que os descontos continuaram a ser aplicados, mesmo após decisões supostamente suspensivas.

Apesar da pressão de quatro ministros (Dantas, Alencar, Anastasia e Nardes) para votar o caso imediatamente, Cedraz conseguiu adiar a decisão com apoio do presidente da Corte, Vital do Rêgo, mantendo o impasse.

Fraude expõe permissividade e prejuízo recorde aos aposentados

fraude investigada pela Polícia Federal envolve descontos associativos aplicados sem autorização dos segurados. Em apenas um ano, entidades sindicais arrecadaram mais de R$ 2 bilhões de maneira indevida. Os valores desviados e a ausência de prestação de serviço geraram centenas de ações judiciais em todo o país.

Reportagens jornalísticas que denunciaram o caso embasaram a representação da PF que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025. A ofensiva resultou na queda do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro Carlos Lupi (Previdência).

Agora, com as investigações paradas dentro do TCU, cresce o clamor por responsabilização política e administrativa de quem permitiu o avanço do esquema que afetou diretamente os mais vulneráveis.

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