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Correios Tomam R$ 550 milhões emprestados e ainda amargam prejuízo bilionário em 2024

Estatal recorreu a crédito emergencial em dezembro, mas rombo no ano superou R$ 2,6 bilhões

Os Correios buscaram empréstimos de R$ 550 milhões no final de 2023 na tentativa de evitar a degradação de seu caixa – entretanto, mesmo com a infusão de recursos, encerraram o ano fiscal de 2024 com um déficit de R$ 2,6 bilhões. As informações estão presentes nas demonstrações financeiras reveladas nesta sexta-feira (9).

As transações de empréstimo ocorreram em dezembro, o último mês do ano fiscal, onde foram acordados R$ 250 milhões com o Banco ABC e R$ 300 milhões com o Banco Daycoval. No entanto, esses montantes não foram adequados para prevenir a piora da instabilidade financeira da empresa pública, que também teve que retirar R$ 2,7 bilhões em investimentos financeiros para atender a compromissos de curto prazo.

Os dois empréstimos possuem prazo de pagamento em seis mensalidades, começando em julho de 2024, e foram firmados com altas taxas de juros. O acordo feito com o ABC estipula um retorno de “CDI + 1,8%” ao ano, ao passo que o montante adquirido junto ao Daycoval será quitado com uma taxa de “CDI + 3,296%” anual.

Conforme o relatório da empresa pública, as condições foram estabelecidas com base nas taxas do “DI futuro” anunciadas pela B3, somadas a spreads de crédito que estão de acordo com o risco da empresa.

Apesar do impulso financeiro temporário, a situação patrimonial dos Correios piorou. O patrimônio líquido, que já tinha registrado um déficit de R$ 360 milhões no balanço anterior, mergulhou para um déficit de R$ 4,4 bilhões em 2024 – indicando que a empresa estatal está depletando seu capital rapidamente, sem demonstrar capacidade de recuperação.

A situação em que uma empresa precisa de crédito emergencial em termos de mercado indica a vulnerabilidade de seu fluxo de caixa, que não tem sido capaz de sustentar o equilíbrio operacional sem a utilização de medidas extraordinárias.

Mesmo diante da situação, a atual administração federal não anunciou nenhuma “medida de reestruturação administrativa ou financeira”, deixou de lado debates sobre “privatização” e continua mantendo os Correios sob “controle estatal”.

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