
Primeira-dama diz ter sido alvo de distorções e misoginia após episódio com Xi Jinping na China
A primeira-dama Janja da Silva se manifestou nesta terça-feira (14) após a repercussão negativa de sua fala sobre o TikTok durante reunião da comitiva presidencial brasileira com o presidente da China, Xi Jinping. À CNN Brasil, Janja afirmou que o episódio envolve machismo, misoginia e distorção dos fatos.
“Vejo machismo e misoginia da parte de quem presenciou a reunião e repassou de maneira distorcida o que aconteceu. E vejo a amplificação da misoginia por parte da imprensa, e me entristece que essa amplificação tenha o engajamento de mulheres”, declarou à coluna de Débora Bergamasco.
Fala gerou desconforto diplomático na China
O episódio ocorreu durante um jantar diplomático em Pequim, quando Janja teria pedido a palavra para criticar os efeitos do TikTok no Brasil, sugerindo que o algoritmo da plataforma favorece a “extrema-direita”.
Segundo relatos da comitiva, a atitude teria sido vista como inadequada e fora de protocolo, já que nenhuma fala estava prevista no encontro, e a primeira-dama não ocupa cargo público formal.
Em resposta, Xi Jinping teria dito que o Brasil tem “soberania para regular ou até banir” o TikTok, caso deseje. A esposa do presidente chinês, Peng Liyuan, também teria demonstrado incômodo com o gesto de Janja.
Lula assume responsabilidade pela fala
Em tentativa de controlar a crise, o presidente Lula afirmou que foi ele quem levantou o tema com Xi, tentando blindar Janja da polêmica. Segundo ele, a primeira-dama apenas explicou “o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e crianças”.
Ainda assim, o vazamento do conteúdo da reunião causou constrangimento no governo e atraiu críticas de parlamentares, diplomatas e comentaristas políticos.
Janja critica imprensa e defende protagonismo feminino
Na manifestação à CNN, Janja criticou a forma como a imprensa repercutiu o caso, destacando que o foco foi menos no conteúdo e mais na sua postura como mulher:
“Me entristece que a amplificação tenha o engajamento de mulheres”, lamentou, sugerindo que sua fala foi tratada de maneira diferente por causa de seu gênero.
A primeira-dama tem desempenhado papel ativo na comunicação do governo e frequentemente participa de eventos ao lado do presidente, o que por vezes gera controvérsias em torno de sua atuação fora das funções formais do Executivo.