
Ex-presidente diz que ministro do STF age com equilíbrio e descarta motivação ideológica; menciona revisão de penas e casos como Roberto Jefferson
O ex-presidente Michel Temer defendeu nesta quarta-feira (14) a conduta do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nas ações relativas aos atos de 8 de janeiro de 2023. Responsável por indicar Moraes ao STF em 2017, Temer rejeitou a ideia de que o magistrado seja radical, como acusam aliados de Jair Bolsonaro, e afirmou que o ministro busca a pacificação do país.
“Daqueles do 8 de janeiro, ele já liberou muita gente”, afirmou Temer. “Então, ele fez uma coisa adequada no momento que deveria fazer, não é? Para garantir as eleições e está fazendo agora com vistas à pacificação do país. Aquelas penas de 14, 15, 17 anos devem ser reduzidas. Isso está começando a acontecer. E há instrumentos jurídicos para isso.”
Moraes atua com “coragem jurídica e pessoal”, diz Temer
O ex-presidente destacou o papel de Alexandre de Moraes durante as eleições de 2022, quando presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como fundamental para a garantia do processo democrático:
“O Brasil deve muito a ele, porque não há dúvida de que ele teve uma coragem jurídica e até pessoal lá no TSE para garantir as eleições”, declarou Temer.
Redução de penas e postura equilibrada
A declaração ocorre em meio à crescente pressão por anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro, promovida por parlamentares da direita. Temer, no entanto, acredita que o próprio Supremo pode aplicar revisões e reduções de penas, o que seria um caminho mais eficaz do que a via legislativa.
Ele apontou que Moraes não se deixa levar por pressões políticas, mas age com base nas circunstâncias e no contexto institucional.
Casos de Collor e Jefferson como exemplo de equilíbrio
Como exemplo da postura equilibrada de Moraes, Temer citou decisões envolvendo figuras políticas como:
- Fernando Collor, ex-presidente, que passou a cumprir pena em casa.
- Roberto Jefferson, ex-deputado, também beneficiado com regime domiciliar.
Para Temer, esses casos provam que Moraes não age com motivação ideológica, mas com moderação e legalidade.
Temer nega exclusão de Bolsonaro em articulação para 2026
O ex-presidente também falou sobre sua articulação política visando as eleições presidenciais de 2026, especialmente no campo da centro-direita. Ele vem defendendo a união de governadores como Romeu Zema, Eduardo Leite e Ratinho Júnior.
Apesar das críticas de bolsonaristas, Temer negou que esteja tentando excluir o ex-presidente Jair Bolsonaro da conversa:
“Reconheço o prestígio eleitoral de Bolsonaro”, afirmou, destacando que a movimentação busca evitar a fragmentação do campo conservador.