
A diretoria dos Correios, comandada por Fabiano Silva dos Santos, ignorou o cenário de crise financeira e aprovou reajustes expressivos de salários e benefícios para os cargos mais altos da estatal, conforme revelou o site Metrópoles. A medida ocorre em meio ao maior prejuízo da empresa desde 2016, quando o déficit bateu R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes maior que o de 2023.
O próprio presidente aumentou seu salário de R$ 46,7 mil para R$ 53,3 mil — um acréscimo de 14% entre março de 2023 e abril de 2024. No mesmo período, o reajuste concedido aos funcionários dos Correios mal ultrapassou 4%, aprofundando o descontentamento interno com a condução da empresa.
Aumento de benefícios acompanha salários
Além do salário, os benefícios pessoais também foram ampliados. O auxílio-moradia saltou de R$ 4,3 mil para R$ 4,7 mil, o auxílio-alimentação passou de R$ 699 para R$ 1.036, e a previdência complementar foi de R$ 7,6 mil para R$ 7,9 mil.
Os diretores da estatal também foram beneficiados com aumentos salariais, passando de R$ 40,6 mil para R$ 46,3 mil, além de manterem os reajustes nos auxílios e outras vantagens.
Correios: da estabilidade à derrocada
Sob o comando de Fabiano Silva dos Santos, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os Correios enfrentam uma rápida deterioração financeira. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a empresa acumulava superávits históricos, sendo inclusive incluída na lista de privatizações do governo anterior.
O atual prejuízo representa o primeiro resultado negativo bilionário desde 2016, acendendo alertas sobre a gestão administrativa da estatal.
Manobra contábil tentou disfarçar crise
De acordo com informações do Metrópoles, a atual gestão teria realizado uma manobra contábil, ao incluir gastos realizados em 2023 nas contas de 2022, supostamente para reduzir o impacto negativo na imagem da administração atual. A estratégia levanta suspeitas sobre a transparência e responsabilidade fiscal da presidência dos Correios.