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Trapalhada de Haddad força Galípolo a cancelar viagem às pressas

Anúncio e revogação de aumento de imposto provocam reação urgente no BC, com cancelamentos de agendas e tensão no mercado

Uma nova trapalhada econômica do governo Lula causou correria no Banco Central nesta sexta-feira (23). Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na quinta-feira (22) e recuar da decisão no dia seguinte, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, cancelou uma viagem ao Rio de Janeiro às pressas.

Galípolo participaria presencialmente de um evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), mas decidiu manter-se em Brasília. Sua presença no evento será feita de forma virtual. A decisão de última hora reflete a tentativa de gerenciar os efeitos do recuo fiscal e a necessidade de acompanhar de perto os desdobramentos da medida dentro do governo.

Diretores também cancelam compromissos com o mercado

Além de Galípolo, os diretores Nilton David, responsável pela Política Monetária, e Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, cancelaram reuniões com bancos e corretoras que estavam agendadas para esta sexta-feira. A movimentação evidencia o grau de tensão no Banco Central, especialmente após a repercussão negativa do mercado ao anúncio e revogação do aumento do IOF.

A medida do Ministério da Fazenda previa ampliar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, mas foi recebida com forte rejeição de investidores, o que pressionou o dólar e gerou volatilidade no mercado financeiro.

Revogação parcial e clima de incerteza

A revogação parcial do aumento do IOF foi oficializada nesta sexta-feira, depois de apenas 24 horas do anúncio da elevação da alíquota sobre aplicações no exterior e transações internacionais. A mudança afetaria especialmente fundos de investimento e transferências para o exterior por pessoas físicas, o que gerou críticas e alertas de especialistas sobre o impacto negativo nos investimentos e no ambiente econômico.

Desgaste para Galípolo e Haddad

O episódio representa novo desgaste para o ministro Fernando Haddad, já pressionado por desafios fiscais e a resistência do Congresso em aprovar projetos de aumento de receita. Para Galípolo, que é cotado como possível sucessor de Roberto Campos Neto no comando do BC, o episódio reforça a fragilidade da coordenação entre a Fazenda e o Banco Central, em meio a uma economia ainda marcada por incertezas.

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