
Nesta terça-feira (27), o Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleceu várias ações para examinar potenciais irregularidades em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) associados ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). O vice-presidente da organização é José Ferreira da Silva, também conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A decisão foi tomada depois de uma representação da ala do partido Novo no Congresso Nacional, que indicou evidências de deduções impróprias em benefícios previdenciários sem permissão de aposentados e pensionistas.
Segundo um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), 76,9% dos beneficiários que sofreram descontos pelo Sindnapi declararam que nunca consentiram com as cobranças.
Além disso, o Novo apresentou dados que indicam um salto na receita do sindicato de R$ 23,2 milhões em 2020 para R$ 154,7 milhões em 2024, um crescimento de 564%. O aumento mais expressivo foi registrado entre 2023 e 2024, período que se alinha com o retorno de Lula à Presidência da República.
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), uma das autoras da representação, destacou a gravidade das suspeitas. “O sindicato do irmão do Lula não pode ficar impune diante de indícios tão graves de fraude. É um escândalo que envolve o desvio de dinheiro de aposentados, justamente os mais vulneráveis. A inspeção no Ministério da Previdência e na Dataprev é essencial para apurar responsabilidades”, afirmou.
O Tribunal de Contas da União (TCU) estipulou um prazo de até 15 dias para que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Sindnapi fornecem esclarecimentos. Além disso, o TCU solicitou uma diligência para que o INSS forneça documentos referentes a acordos de cooperação técnica estabelecidos desde 2020, os montantes transferidos para sindicatos e o registro de denúncias recebidas.