
A Justiça do Rio de Janeiro manteve, nesta quinta-feira (29), a prisão temporária de 30 dias do funkeiro MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brandon Coelho Couto Silva. A decisão foi tomada durante audiência de custódia na Central de Audiência de Custódia, confirmando a detenção ocorrida na manhã do mesmo dia, em sua residência no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da capital fluminense.
Investigado por Apoio ao Crime Organizado
Segundo a Polícia Civil, o cantor é investigado por apologia ao crime e por supostos vínculos com o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do estado. De acordo com as apurações, os shows de MC Poze seriam realizados exclusivamente em áreas sob domínio da facção, com a presença de traficantes armados com fuzis, o que garantiria a segurança do evento e do artista.
Apologia ao Tráfico e Incitação à Violência
Os investigadores afirmam que o repertório do cantor promove diretamente a apologia ao tráfico de drogas, ao uso de armas de fogo de forma ilegal e à incitação de confrontos armados entre grupos criminosos rivais. Isso, segundo o relatório, resulta em vítimas inocentes e amplia os riscos à segurança pública.
“Esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar os lucros com a venda de entorpecentes, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armas de fogo e outros equipamentos necessários à prática de crimes”, destaca trecho da investigação.
Eventos Financiados por Facção
A prisão de MC Poze teve como base um mandado expedido pela Justiça, amparado em evidências de que os shows do cantor estariam sendo financiados pela facção, funcionando como ferramentas de fortalecimento financeiro do grupo. As festas atrairiam consumidores de drogas, fomentando o comércio ilegal e o poder da organização.
Investigações Continuam
A operação é coordenada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que agora trabalha na identificação de outros envolvidos e dos possíveis financiadores diretos dos eventos ligados ao tráfico. O inquérito segue em sigilo e novas prisões não estão descartadas.