
Após a ordem de prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), seu filho, João Zambelli, publicou um vídeo nas redes sociais questionando os desdobramentos da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Com essa perseguição toda, não será afetada só minha mãe, serão afetados minha avó e eu. Quando eles quiserem cassar o mandato da minha mãe, a gente vai morar onde? Onde a gente vai ficar? Com o salário de aposentada da minha avó? Que trabalho eu vou arrumar com 17 anos?”, desabafou.
oão também se referiu à “ânsia [de Moraes] de destruir a carreira” da mãe e reclamou do impacto sobre funcionários do gabinete da parlamentar: “18 funcionários, alguns têm filhos especiais. 2 ou 3 têm problemas de saúde gravíssimos e trabalham no gabinete como benfeitores porque amam ela.”
Bloqueio de redes sociais e impacto na família
Na decisão que determinou a prisão de Zambelli, Moraes ordenou também a retirada do ar das redes sociais da deputada e de seus familiares, sob pena de multa diária de R$ 100 mil caso não fossem desativadas em até duas horas.
João criticou a medida: “A minha vó, com 75 anos, vai entrar para deputada federal. Banir a rede social dela? A minha rede social? O que eu fiz de errado?”
A decisão do ministro também determina que as plataformas forneçam dados cadastrais e preservem o conteúdo das contas envolvidas. Adicionalmente, Zambelli foi multada em R$ 50 mil por publicações que repliquem condutas consideradas criminosas.
João questionou os critérios judiciais: “Será que, se minha mãe fosse de alguma organização criminosa, ela seria libertada? Eu não sei, mas creio que sim, seria arquivado.”
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Prisão preventiva de Carla Zambelli e inclusão na lista da Interpol
A ordem de prisão preventiva contra Carla Zambelli foi decretada na quarta-feira (4), após ela deixar o país mesmo condenada pelo STF a dez anos de prisão por envolvimento na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Moraes justificou a medida afirmando que Zambelli “declarou que pretende insistir nas condutas criminosas” mesmo após a condenação, o que configura “ameaça ao Estado Democrático de Direito”.
Além da prisão, o ministro determinou:
- bloqueio de bens;
- suspensão de pagamentos pela Câmara;
- bloqueio de passaportes;
- e a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol.
Sem representação legal, a Defensoria Pública da União foi designada para assumir a defesa da deputada, já que seus antigos advogados deixaram o caso.
