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Deputado Lucas Bove pede prisão de Cíntia Chagas por postagem sobre violência doméstica

Parlamentar acusa ex-esposa de violar decisão judicial ao abordar o tema nas redes sociais

O deputado estadual Lucas Bove (PL) entrou com um pedido na Justiça para que sua ex-esposa, a influenciadora Cíntia Chagas, seja proibida de comentar sobre violência doméstica em suas redes sociais. A ação judicial, protocolada na segunda-feira (9), inclui também um pedido de prisão preventiva contra a influenciadora, sob a justificativa de que ela teria violado uma decisão de sigilo judicial ao publicar um vídeo genérico sobre violência contra “mulheres independentes”.

Publicação é considerada genérica pela defesa

De acordo com os advogados do parlamentar, a postagem de Cíntia, ainda que não contenha nomes ou referências diretas, teria rompido os termos do sigilo imposto desde o divórcio, formalizado em agosto de 2023. A defesa da influenciadora, por sua vez, classificou o pedido como “absurdo”, “desproporcional” e “sem provas concretas”.

“A publicação da Cíntia não cita o nome do ex-marido, nem qualquer informação que possa identificá-lo diretamente. O conteúdo é genérico e trata de um tema de interesse público. Trata-se de tentativa clara de censura judicial”, afirmou a defesa da influenciadora.

Juíza já havia negado pedido anterior

Em maio, um pedido semelhante havia sido negado pela juíza Carla Santos Balestreri, que argumentou não haver “comprovação inequívoca de descumprimento da medida cautelar”. Apesar da negativa anterior, o deputado retomou a ofensiva judicial, agora com solicitação de abertura de inquérito policial.

Declarações públicas ampliam visibilidade do caso

A tensão ganhou mais visibilidade após uma entrevista concedida por Cíntia ao portal LeoDias, na qual a influenciadora relatou episódios de violência física e psicológica durante o relacionamento com Bove. Desde então, as tentativas judiciais do parlamentar têm sido vistas por especialistas e ativistas como uma preocupante tentativa de silenciamento via judicialização.

Especialistas apontam risco à liberdade de expressão

Para organizações de defesa dos direitos das mulheres, a medida representa um risco à liberdade de expressão e ao direito de denúncia. “Tratar como violação de sigilo uma fala genérica sobre violência doméstica pode abrir precedente perigoso para a censura de vítimas”, afirmou uma representante de ONG ouvida sob anonimato.

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