
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (18) a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, investigado por suposta participação em uma trama golpista, e autorizou a abertura de inquérito contra ele e seu advogado, Eduardo Kuntz.
A medida tem como base o descumprimento de medida cautelar, segundo Moraes, devido a comunicação indevida entre Kuntz e Mauro Cid, tenente-coronel e delator da investigação.
Suposta tentativa de obstrução
Na decisão, Moraes afirmou:
“São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado”.
Ele reforçou que a atividade da advocacia não pode ser usada como escudo para práticas ilegais:
“O advogado, por seus atos e manifestações no exercício da profissão, encontra limites no respeito à legislação, não podendo ser utilizada como um verdadeiro escudo protetivo da prática de atividades ilícitas […]”.
Interação com conta de esposa de Cid
Na manhã da terça-feira (17), o advogado Kuntz apresentou ao STF um documento contendo mensagens trocadas com Mauro Cid por meio da conta de Instagram da esposa do militar, identificada como @gabrielar702.
Por esse motivo, Kuntz pediu a anulação do acordo de delação de Cid, alegando “falta de voluntariedade” e a retirada de provas produzidas a partir do acerto, justificando que o próprio delator revelou partes da delatória.