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Governo Lula se mobiliza para controlar CPI do INSS e tenta culpar Bolsonaro

Palácio do Planalto mobiliza base política para reduzir impacto da investigação

A instalação da CPI do INSS levou o Palácio do Planalto a intensificar articulações para conter danos políticos. Em meio à crise de popularidade e pressão interna, o governo Lula busca uma estratégia para transferir a responsabilidade das fraudes na Previdência à gestão Bolsonaro.

A estratégia inclui a formação de uma tropa de choque experiente no Congresso. O discurso governista tenta vincular o início das fraudes nos descontos dos aposentados ao período bolsonarista. Apesar da narrativa, o escândalo levou à queda do ex-ministro Carlos Lupi (PDT) e do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

Mesmo com a atuação da CGU durante a atual gestão, as fraudes cresceram nesse período. Entidades ligadas ao PT, como a Contag, estão sob investigação.

Instalação da CPI e nomes cotados

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), formalizou o pedido de abertura da CPI. A composição da comissão virou prioridade no Planalto. Os trabalhos devem começar em agosto, após o recesso.

Os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM) e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) são nomes confirmados na linha de frente da base governista. Omar Aziz é cotado para presidir a comissão, repetindo papel exercido na CPI da Covid (2021). A relatoria caberá à Câmara dos Deputados, mas o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), vetou nomes do PT ou PL.

Paulo Pimenta, ex-ministro da Secom, defende que a CPI identifique quem facilitou e quem se beneficiou das fraudes. Ele afirma que a comissão irá esclarecer a verdade para a população.

Convocações e tensão política

No Planalto, há consenso sobre o risco de desgaste. Está prevista a convocação de:

  • Wolney Queiroz, atual ministro da Previdência;
  • Carlos Lupi, ex-ministro;
  • Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS;
  • Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS.

O PDT, apesar de afastar Lupi, garantiu vaga na CPI com o deputado Mário Heringer (MG). O partido segue próximo de Wolney Queiroz.

Oposição revida e contesta exclusão

Na oposição, o PL critica a exclusão de seus indicados. O líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), acusou o governo de tentar proteger os envolvidos.

Outro foco da CPI será o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS“. Ele teria se envolvido em campanha bolsonarista de arrecadação por pix em 2022. A Polícia Federal o aponta como um dos articuladores do esquema de fraudes.

Frei Chico, o irmão de Lula, também entra na mira

A oposição também quer investigar a atuação de Frei Chico, irmão de Lula e vice-presidente do Sindnapi. O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirma que a entidade teria se beneficiado dos descontos automáticos nos contracheques dos aposentados.

Kajuru declarou:

“Se o irmão de Lula estiver envolvido, ele vai mandar prender o irmão. A CPI vai revelar os problemas no governo Lula e também os que vieram de trás.”

Governo reage com nota e discurso de defesa

O Sindnapi divulgou nota afirmando ter sido o primeiro a denunciar as fraudes e manifestou apoio à investigação.

O ministro Wolney reiterou no Senado que as fraudes não começaram no atual governo, mas foram combatidas por Lula, que teria acionado a PF para desmantelar o esquema.

O requerimento que criou a CPI tem assinatura de 81 deputados, incluindo parlamentares de União Brasil, PP, MDB, PSD e Republicanos — partidos com representantes em ministérios do atual governo.

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