
A Agência Brasil, veículo oficial da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), tem sido criticada por adotar uma linha editorial alinhada à narrativa do governo Lula (PT), especialmente em temas relacionados ao conflito entre Israel e Irã.
Na quinta-feira (19), a Agência publicou a reportagem intitulada “Conheça o programa secreto de Israel que pode ter 90 bombas atômicas”, questionando a falta de pressão internacional sobre o arsenal israelense e contrastando com a fiscalização sobre o programa nuclear do Irã.
“A pressão exercida pelas potências ocidentais contra o programa nuclear do Irã contrasta com a ausência de cobrança em relação ao programa nuclear de Israel”, diz trecho da matéria.
Omissão de ameaças iranianas a Israel
A reportagem omite que o regime dos aiatolás do Irã possui como uma de suas metas declaradas a destruição do Estado de Israel. Diante disso, a estratégia israelense de autodefesa e ataques preventivos a alvos iranianos pode ser entendida como medida de segurança nacional frente às ameaças existenciais.
A retórica da Agência Brasil, portanto, não contextualiza essas ameaças, criando uma falsa equivalência entre uma democracia consolidada e um regime teocrático acusado de financiar grupos terroristas.
Reportagem reforça papel do Irã no “eixo de resistência islâmica”
Em outra matéria, intitulada “Entenda as origens do conflito entre Israel e Irã”, a Agência define o Irã como líder do “eixo de resistência islâmica a Israel”, citando o professor Ronaldo Carmona, da Escola Superior de Guerra (ESG):
“O eixo de resistência é exatamente esse conjunto de forças islâmicas aliadas, lideradas por Teerã, que inclui o Hamas, o Hezbollah, os houthis no Iêmem, milícias iraquianas e incluía o antigo governo sírio de Bashar al-Assad”, diz Carmona.
O enquadramento proposto relativiza o papel desses grupos, reconhecidos internacionalmente por suas atuações terroristas e atentados contra civis, inclusive em território israelense.
Críticas apontam tentativa de reescrever narrativa do conflito
As críticas à Agência Brasil apontam que o veículo tem se esforçado para equiparar Israel e Irã, ignorando os aspectos fundamentais que os diferenciam: Israel é uma democracia com sistema judiciário independente, enquanto o Irã é um regime teocrático repressivo.
Casos recentes, como ataques iranianos a hospitais israelenses, são totalmente ignorados nas publicações da Agência, gerando acusações de viés ideológico e manipulação informativa.