
O Brasil avança em negociações para importar caviar do Irã, um dos produtos mais emblemáticos da culinária persa. O tema foi tratado em abril deste ano, quando o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, recebeu o ministro da Agricultura do Irã, Gholamreza Nouri Ghezeljeh, em Brasília.
O encontro deu continuidade a uma reunião anterior realizada em fevereiro e ampliou a pauta para outros produtos agrícolas, como romã, maçã e kiwi.
Embaixada iraniana celebra laços diplomáticos
A Embaixada do Irã no Brasil comemorou o encontro nas redes sociais, destacando o potencial de cooperação comercial entre os dois países:
“Ministro Carlos Fávaro se reúne com ministro da Agricultura do Irã para ampliar cooperação comercial. Encontro tratou da criação de comitê agrícola consultivo, comércio de fertilizantes, carnes, frutas e pescados, além do fortalecimento dos laços diplomáticos e culturais entre os dois países.“
Segundo o governo brasileiro, três das cinco etapas técnicas exigidas para permitir a entrada do caviar iraniano já foram cumpridas. Embora o consumo da iguaria no Brasil ainda seja pequeno, o Irã é o maior produtor mundial de caviar.
Cooperação técnica e adido agrícola em Teerã
O tema tem sido frequente em reuniões bilaterais com dezenas de participantes, conforme revelaram fontes do setor. Atualmente, o Brasil importa cerca de 25 quilos de caviar por ano.
O ministro Fávaro enfatizou que o Irã é um dos principais parceiros comerciais do Brasil no Oriente Médio. Com o objetivo de agilizar negociações e explorar novas oportunidades, o governo enviou um adido agrícola brasileiro a Teerã.
A embaixada iraniana costuma destacar, em tom amistoso, a boa relação bilateral, utilizando emojis de aperto de mãos e das bandeiras dos dois países. Em uma das postagens, relembrou a inauguração da sede diplomática em Brasília, em 1960.
Contexto diplomático e tensões recentes
Desde o início do conflito entre Irã e Israel, o governo brasileiro publicou duas notas oficiais criticando as ações de Benjamin Netanyahu, mas sem condenar explicitamente o contra-ataque iraniano — postura que gerou reações de diplomatas israelenses.
Nos últimos dias, uma publicação da embaixada iraniana foi removida por conter desinformação sobre o conflito. O perfil também costuma acusar Israel de possuir armas nucleares e criticar a mídia internacional por distorções.
As informações são do portal Metrópoles