
Governo boliviano busca cooperação com o Brasil para conter avanço da facção criminosa
Na sexta-feira, 27 de junho, o governo da Bolívia anunciou que pretende realizar reuniões com autoridades e forças de segurança do Brasil para discutir a suposta atuação de 146 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em solo boliviano.
A ação foi motivada por um relatório do Ministério Público de São Paulo, que posiciona a Bolívia como o terceiro país sul-americano com maior número de membros da facção, ficando atrás apenas do Paraguai (699) e da Venezuela (656).
Medidas imediatas e plano de cooperação internacional
O ministro de Governo da Bolívia, Roberto Ríos, declarou à imprensa local que, após tomar conhecimento do documento, determinou à Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico (Felcn) a implementação de ações imediatas. Segundo ele, o foco é intensificar a cooperação internacional com autoridades brasileiras para conter a atuação da facção no país.
Reuniões bilaterais em andamento
Ríos informou ainda que o Vice-Ministério de Defesa Social e Substâncias Controladas está coordenando encontros bilaterais com representantes do Brasil. O objetivo central dessas reuniões é cruzar dados oficiais e definir estratégias conjuntas para combater a presença e a liderança do PCC no território boliviano.
“O objetivo da Bolívia é obter informações oficiais que permitam delimitar ações no campo e articular operações conjuntas com outros países”, afirmou o ministro.
Estrutura consolidada e preocupação crescente
Estudos anteriores do Ministério Público de São Paulo revelam que o PCC já possui uma estrutura organizada na Bolívia, com lideranças que utilizam documentos falsificados e se envolvem em negócios legais, como restaurantes e fazendas, para camuflar suas atividades criminosas.
As investigações também apontam para planos de resgate de líderes e de expansão da rede criminosa internacional, cenário que tem gerado apreensão entre autoridades bolivianas e brasileiras.
Prisões recentes confirmam presença do PCC
A Felcn já realizou prisões de supostos membros do PCC em operações recentes. Em março deste ano, a polícia boliviana desmantelou uma rede de tráfico de drogas em Santa Cruz de la Sierra, envolvendo três brasileiros identificados como emissários de alto escalão da facção.