
Durante o lançamento do Plano Safra 2025-2026, realizado nesta terça-feira (1º) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem citá-lo diretamente. Em sua fala direcionada ao setor do agronegócio, Lula classificou Bolsonaro como “frouxo”, em uma referência clara às recentes mobilizações do ex-mandatário por doações e anistia.
“Quero que provem que já teve um presidente mais decente com vocês [produtores rurais] do que este governo. Nunca vou pedir para vocês fazerem PIX para mim. Guardem o dinheiro para pagar os funcionários. Não quero PIX e jamais vou pedir anistia antes de ser condenado. Quem é frouxo não deveria fazer bobagem”, afirmou Lula.
O discurso acontece em um momento em que o presidente busca se reaproximar do agronegócio, setor que deu ampla maioria de votos a Bolsonaro nas eleições de 2022.
Reação ao apoio financeiro a Bolsonaro
Lula fez alusão às doações voluntárias que o ex-presidente Jair Bolsonaro tem recebido de apoiadores. Os recursos têm como objetivo auxiliar no pagamento de multas judiciais, consideradas por muitos da direita como parte de uma perseguição política promovida pelo Judiciário contra o ex-líder.
Bolsonaro também tem liderado manifestações em defesa da anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em penas de até 17 anos de prisão.
Bolsonaro rebate e relembra saída do país
No domingo (29), durante manifestação na Avenida Paulista, Bolsonaro comentou sua saída do país na época da posse de Lula, em dezembro de 2022:
“No dia 30 [de dezembro de 2022], algo me fez sair do Brasil. Não era apenas para não passar a faixa. Jamais eu passaria a faixa para um ladrão. (…) Me processam, mas não processam por corrupção, por desviar dinheiro da Petrobras, por assaltar o fundo de pensão do Banco do Brasil ou dos Correios. Não me processam por achar dinheiro em apartamento meu. Ou ter um sítio em algum lugar, ou um apartamento na beira da praia.”
“Fizemos transição pacífica elogiada por Geraldo Alckmin, que foi responsável por receber isso do nosso lado (…). Nomeamos dois comandantes de Forças a pedido desse cara que está no governo agora. Quem quer dar golpe nomeia comandantes a pedido do governo opositor?”