
O documentário “Apocalipse nos Trópicos”, dirigido por Petra Costa e lançado nos cinemas brasileiros no dia 3 de julho, explora a relação entre religião e política no Brasil. Com depoimentos de figuras como Lula, Jair Bolsonaro e Silas Malafaia, o filme traz uma das cenas mais marcantes quando a primeira-dama Janja da Silva interrompe o presidente Lula durante uma entrevista gravada em 2022.
Ao ouvir Lula mencionar que pastores estariam “convencendo” fiéis a votarem em Bolsonaro, Janja prontamente interveio:
“tinha gente dando tiro dentro de igreja”
Janja
Com a interrupção, Janja criticou abertamente lideranças evangélicas, associando-as à promoção da violência. Ela sugeriu que atos extremos dentro de templos refletem um alinhamento perigoso da religião com a radicalização política. A fala da primeira-dama também reforça o debate sobre o controle da narrativa religiosa nas eleições.
Crescente protagonismo de Janja gera desconforto no governo Lula
O documentário também evidencia o papel cada vez mais central de Janja no governo federal. A primeira-dama tem ganhado destaque por organizar eventos oficiais, discursar publicamente e liderar equipes com assessores dentro do Palácio do Planalto.
Esse protagonismo, no entanto, tem gerado desconforto em setores do governo. Segundo bastidores, ministros e aliados veem sua atuação crítica como foco de tensão interna. A insatisfação também se deve à ausência de um cargo formal, o que torna sua agenda e competências pouco transparentes, mesmo exercendo influência significativa nas decisões do presidente Lula.