Chanceler russo diz que proposta de moeda do Brics partiu de Lula
Chanceler russo afirma que ideia da moeda do Brics foi proposta por Lula; Trump reage com ameaças de tarifas.

Sergei Lavrov destaca protagonismo do presidente brasileiro na proposta de sistema financeiro alternativo ao dólar
Voltou a circular na imprensa a entrevista concedida em novembro de 2024 pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, à TV BRICS. Nela, o chanceler afirmou que a proposta de criar uma moeda comum entre os países do Brics partiu diretamente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Lavrov, a ideia de desenvolver sistemas de pagamento alternativos ao dólar foi apresentada durante a cúpula de Joanesburgo, em agosto de 2023:
“Foi o presidente Lula da Silva, na cúpula do Brics em Joanesburgo, no ano passado, que iniciou o debate trabalhado pela presidência russa sobre sistemas de pagamento alternativos. Foi justamente em resposta a essa iniciativa registrada na Declaração de Joanesburgo que trabalharam com os ministros das Finanças em colaboração com os presidentes dos bancos centrais.”
Brasil como líder do processo
Lavrov também reforçou que a liderança brasileira deve ser decisiva para o avanço da proposta:
“Como já disse, houve progresso, mas é preciso levá-lo à sua conclusão lógica para que surjam mecanismos prontos para serem usados. Não tenho dúvidas de que nossos colegas brasileiros dedicarão o máximo de energia a essa questão, considerando que essa é uma iniciativa de seu presidente. Acredito que o próprio Lula garantirá que essa questão seja uma das prioridades.”
Trump reage com ameaça de tarifas
A fala de Lavrov foi relembrada após as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último dia 8 de julho, quando ele ameaçou aplicar tarifas de 10% aos países do Brics que, segundo ele, estão tentando “destruir o dólar”.
Trump afirmou:
“Quem quiser contestar o dólar terá que pagar um alto preço.”
“O dólar é rei e eu vou mantê-lo assim.”
Embora tenha dito que não considera o Brics “uma ameaça séria”, o presidente norte-americano demonstrou irritação com a ideia de um sistema financeiro alternativo ao modelo atual liderado pelos EUA.