NotíciasPolítica

PGR vê ‘guerrilha sofisticada’ no 8/1; Moraes aponta uso de estilingues e bolinhas de gude

Paulo Gonet apresentou as alegações finais no âmbito da ação penal e citou o 8 de janeiro

No desfecho do processo criminal que aborda a suposta tentativa de golpe de Estado, o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, declarou que é “inegável a surpreendente sofisticação tática de algumas ações adotadas” no dia 8 de janeiro.

Conforme o PGR, havia “especialistas no local”. “Mauro Cid confirmou a inserção, nos acampamentos, de militares com formação em Forças Especiais os denominados ‘kids pretos’, altamente treinados em ‘operações de guerra irregular’”, escreveu o procurador.

“Durante a invasão, objetos comuns foram utilizados de forma estratégica, assim as grades de segurança foram habilidosamente improvisadas como escadas, para permitir o acesso à parte superior dos edifícios”, observou Gonet. “Mangueiras de incêndio foram acionadas pelos agressores, de forma coordenada, para dissipar os gases das bombas de intervenção tática lançadas pelas forças de segurança. A utilização criativa de equipamentos indica conhecimento prévio de estratégias de combate e notável capacidade de improvisação, que garantiram o prolongamento da ofensiva contra as instituições democráticas. A identificação de técnicas de guerrilha, somada à indigitada influência dos ‘kids pretos’, aponta para uma ação muito mais complexa do que a de um mero improvisado, desconexo e amador levante popular.”

O PGR afirmou também que, para além das ações agressivas, ocorreram “omissões relevantes”, por parte de integrantes da “organização criminosa”, que contribuíram para o “cenário de destruição”. “Comprovou se que Anderson Torres, Fernando Oliveira e Marília de Alencar, no contexto da derradeira tentativa de golpe em favor de Bolsonaro, descumpriram deliberadamente o dever que se lhes impunha, no âmbito das suas responsabilidades na segurança pública, de prevenir exatamente as barbaridades ocorridas.”

Moraes citou estilingues e bolinhas de gude ao condenar réus do 8 de janeiro

No mês de outubro, durante um julgamento realizado no STF, dois dos 14 réus foram condenados a 12 anos de prisão. Eles foram considerados culpados pelos crimes de “associação criminosa armada”, “abolição violenta do Estado Democrático de Direito” e “tentativa de golpe de Estado”. Além disso, foram obrigados a pagar uma indenização de R$ 30 milhões.

O relator desses processos na Corte, Alexandre de Moraes, que teve seu voto vitorioso, mencionou alguns fatores que fundamentaram sua decisão. Segundo ele, ambos os detidos estavam portando armas brancas, tais como pedaços de madeira, estilingues, bolas de gude e esferas de aço.

Os homens, em depoimento, afirmaram que portavam os itens como forma de defesa contra a polícia, em um possível confronto.

“Essencial destacar que as narrativas das testemunhas ratificam o intuito comum à atuação da horda invasora e golpista, direcionado ao questionamento do resultado das urnas, à derrubada do governo recém-empossado e à ruptura institucional”, observou o magistrado.

As informações são da Revista Oeste

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo