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O Perigo da Estupidez: Uma Reflexão sobre a Manipulação em Tempos Atuais

Bonhoeffer nos alertou: quando o pensamento é silenciado, a manipulação encontra seu mais fértil terreno.

Em um cenário global cada vez mais polarizado, a citação do teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer ressoa com particular intensidade: “A estupidez é mais perigosa que a maldade.” Bonhoeffer, que testemunhou e se opôs veementemente à ascensão do nazismo, argumentava que a pessoa “estúpida” não é meramente ignorante, mas um instrumento potencialmente mais letal, agindo como vetor para ideologias e narrativas sem compreender suas verdadeiras implicações.

A “estupidez”, nesse contexto, não se refere à falta de inteligência, mas a uma incapacidade ou recusa em questionar, duvidar e pensar criticamente. Esse indivíduo, muitas vezes bem-intencionado, torna-se um propagador eficaz de discursos, compartilhando e defendendo ideias sem discernimento sobre sua origem ou propósito. O mais paradoxal, e perigoso, é a convicção de que se está agindo corretamente, defendendo uma verdade que, na realidade, pode ser uma distorção.

Vivemos um período em que o pensamento crítico parece ser desincentivado, e a dúvida, vista como heresia. A informação é frequentemente substituída pela “verdade emocional”, onde sentimentos e crenças pessoais se sobrepõem a fatos e evidências. Consequência direta desse ambiente é a observação de indivíduos defendendo com fervor pautas que, em última instância, os prejudicam, ou lutando contra direitos que poderiam beneficiá-los. Essa dinâmica os transforma em “massa de manobra”, instrumentalizados por interesses que jamais os alcançarão.

A narrativa de que “estão nos fazendo rir enquanto perdemos” ou “marchar alegres rumo ao abismo” ilustra a gravidade da situação. A estupidez, por sua própria natureza, não questiona; ela obedece. Ela se orgulha da intransigência e da recusa em mudar de opinião, mesmo diante de fatos irrefutáveis. É essa rigidez que, ironicamente, pode sustentar as estruturas mais perigosas e opressoras da sociedade.

Diante desse cenário, a questão central que se impõe é: em que medida ainda exercemos nosso próprio pensamento crítico? Ou estamos apenas ecoando o que nos é imposto? É crucial estar atento a comportamentos como a recusa em ser questionado, a fuga de debates através de agressão verbal ou a postura de “dono da razão”. Tais sinais podem indicar uma adesão a um ciclo de repetição, onde a capacidade de discernir e questionar é sufocada, abrindo espaço para a manipulação.

Redação: Midia News

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