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Esquema de R$ 40 milhões no farmácia popular é desmantelado pela PF

PF identifica fraude de R$ 40 mi no farmácia popular e descredencia 8 mil farmácias suspeitas.

Mais de 8 mil farmácias foram descredenciadas por suspeita de fraudes e uso indevido de dados de cidadãos

A Polícia Federal (PF) desarticulou um vasto esquema de desvio de verbas públicas do programa Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto para a população. A operação revelou que mais de 8 mil farmácias foram descredenciadas por suspeitas de irregularidades em todo o país.

As fraudes envolviam o uso indevido de CPFs e endereços de cidadãos que nunca adquiriram medicamentos pelo programa. Segundo o diretor de auditoria do SUS, Rafael Bruxellas Parra, ao todo 8,1 mil farmácias foram retiradas da lista oficial. Em janeiro de 2023, o programa contava com cerca de 31 mil farmácias cadastradas. O novo processo de recredenciamento veio após uma ampla atualização na base de dados.

Tráfico e lavagem de dinheiro por meio de farmácias

A investigação apontou que quase R$ 40 milhões foram desviados pelo esquema. Farmácias de fachada eram utilizadas como instrumento para lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas, com entorpecentes provenientes da Bolívia e do Peru.

O esquema começou a ser revelado a partir de apreensões realizadas em Luziânia (GO), mas a rede criminosa operava em diversos estados: Goiás, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

A PF identificou o uso de aproximadamente 160 mil CPFs em 148 farmácias, sendo essas tanto reais quanto falsas. Entre os casos citados, um dentista de Sumaré (SP) teve seu CPF utilizado para retirar 20 caixas de insulina por mês, mesmo sem ser portador de diabetes.

Casos de laranjas e movimentações suspeitas

Outro exemplo é o da empregada doméstica Francisca Ferreira de Souza, de Luziânia, que aparecia como proprietária de cinco farmácias em estados distintos, tendo movimentado cerca de R$ 500 mil. Ela é casada com Brazilino Inácio dos Santos, investigado por envolvimento com dez empresas que juntas movimentaram R$ 2,5 milhões entre 2018 e 2019.

Programa continuará operando, diz PF

Apesar do escândalo, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que o Farmácia Popular seguirá funcionando normalmente:

“É um programa de sucesso, com mais de 20 anos, que atende milhões de brasileiros. Como todo serviço público, precisa de fiscalização e melhorias constantes.”

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