
Um levantamento recente divulgado por entidades do agronegócio e especialistas em tributação comparativa revelou um dado alarmante: o suco de laranja produzido no Brasil está sujeito a uma carga tributária 30 vezes maior do que a aplicada nos Estados Unidos. O estudo considera impostos incidentes em toda a cadeia produtiva, desde o cultivo da fruta até o processamento e comercialização do produto final.
Enquanto nos Estados Unidos a política fiscal oferece incentivos significativos ao setor citrícola, reduzindo encargos e fomentando exportações, o cenário brasileiro é de alta complexidade tributária e pesadas alíquotas que somam mais de 30% do valor final do suco. Entre os tributos que mais impactam o setor no Brasil estão o ICMS, PIS/Cofins, IPI e encargos sobre insumos, energia elétrica e transporte.
O resultado dessa distorção fiscal é duplo: por um lado, o Brasil perde competitividade nos mercados internacionais, mesmo sendo o maior produtor mundial de laranja; por outro, o consumidor brasileiro paga mais caro por um produto que, em tese, deveria ser abundante e acessível.
Representantes do setor afirmam que a desigualdade tributária prejudica a indústria nacional e pedem uma revisão urgente no sistema de impostos. “O suco de laranja é símbolo da produção brasileira, mas está sendo penalizado pela burocracia e pela carga fiscal excessiva. É preciso corrigir esse desequilíbrio se quisermos manter nossa liderança global”, afirmou um porta-voz da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).
A discussão também reacende o debate sobre a reforma tributária, que vem sendo proposta há anos no Congresso Nacional, mas ainda não apresentou soluções eficazes para o setor agroindustrial.
Da redação Midia News