A influência do crime organizado no Brasil atinge níveis preocupantes, com um estudo internacional apontando que cerca de um quarto da população brasileira vive em áreas controladas ou sob a forte influência de facções criminosas. O dado alarmante, que representa mais de 50 milhões de pessoas, expõe a fragilidade da segurança pública e a crescente expansão de grupos como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, que se tornaram verdadeiros “estados paralelos” em diversas comunidades.
O relatório, divulgado por uma renomada instituição de pesquisa, detalha a complexa teia de controle exercida por essas organizações. Em vez de confrontos diretos, as facções têm investido na coesão social, impondo regras e, em muitos casos, substituindo o papel do Estado na oferta de serviços básicos e na resolução de conflitos locais. Esse domínio sutil, mas profundo, afeta a rotina de milhões, do comércio à vida pessoal, e demonstra como o poder do crime transcendeu as fronteiras dos presídios e se enraizou nas cidades.
A pesquisa aponta que a dinâmica de controle varia. Em algumas regiões, a presença das facções é manifestada por meio da extorsão e da violência. Em outras, é mais insidiosa, com as organizações criminosas controlando mercados, impondo toques de recolher e até mesmo “arbitrando” disputas. A ineficiência do Estado no combate ao crime e a desigualdade social são citados como fatores que contribuem para o avanço dessas facções, que exploram a ausência do poder público para consolidar sua autoridade.
Os números revelam um cenário desafiador para a democracia e o Estado de Direito no país. O crime organizado não se limita mais apenas ao tráfico de drogas, mas se expandiu para outras atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro, tráfico de armas e extorsão. O relatório serve como um alerta urgente para a necessidade de políticas públicas mais eficazes, focadas não apenas na repressão, mas também em estratégias de prevenção e no fortalecimento da presença do Estado em áreas vulneráveis.
Da redação Midia News
