
O cenário político em Brasília sofreu uma guinada decisiva. O Centrão, bloco que tradicionalmente garante governabilidade a diferentes gestões, anunciou o rompimento com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e declarou apoio à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A decisão fortalece o ex-presidente Jair Bolsonaro e coloca Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em situação de maior isolamento.
Segundo lideranças do grupo, a ruptura foi motivada por um desgaste crescente na relação com o Palácio do Planalto, marcado por promessas não cumpridas e divergências em pautas consideradas prioritárias. A pauta da anistia, que vinha sendo discutida discretamente nos bastidores, ganhou força nos últimos dias e passou a ser tratada como bandeira política do bloco, que enxerga no tema uma oportunidade de consolidar apoio popular e reforçar sua posição no Congresso.
Para aliados de Bolsonaro, o movimento do Centrão representa um “resgate da democracia” e um gesto de solidariedade aos apoiadores do ex-presidente, muitos dos quais seguem enfrentando processos e prisões. Já para o governo, a decisão é vista como um duro revés, pois fragiliza sua base e compromete a governabilidade em votações importantes.
O ministro Alexandre de Moraes, alvo direto da insatisfação de parlamentares ligados ao bolsonarismo, tornou-se também um dos pontos centrais do embate. Sua atuação no STF, marcada por decisões firmes contra organizadores e financiadores dos atos golpistas, é contestada por setores que agora encontram no Centrão um aliado para ampliar a pressão institucional.
Com esse realinhamento, a correlação de forças no Congresso passa por uma transformação profunda. O governo terá que negociar em condições ainda mais adversas, enquanto Bolsonaro, mesmo fora do poder, recupera espaço e influência no cenário político nacional.
Da redação Midia News