O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teve seu visto de entrada nos Estados Unidos revogado. A decisão da embaixada americana em Brasília ocorreu após o magistrado votar pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, em junho de 2023.
A revogação do visto, que impede o ministro de viajar para os EUA, levanta questionamentos sobre a interferência de autoridades estrangeiras em questões de soberania nacional. A decisão americana, divulgada inicialmente pelo jornalista Tales Faria, do UOL, não teve a razão oficial explicitada, mas a relação com a condenação de Bolsonaro é dada como certa por fontes diplomáticas e judiciais.
O voto de Gonçalves foi o principal para a condenação do ex-presidente por uso indevido dos meios de comunicação. Bolsonaro foi considerado inelegível por oito anos por uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em julho de 2022. Na ocasião, o então presidente atacou o sistema eleitoral brasileiro, o que foi considerado propaganda eleitoral negativa antecipada. O ex-presidente sempre negou ter cometido irregularidades.
O ministro não se manifestou publicamente sobre a decisão da embaixada americana. O Itamaraty e o STJ também não comentaram o caso. No entanto, a repercussão nos bastidores dos Três Poderes é grande, com juristas e políticos defendendo a soberania do Brasil diante do que consideram uma medida de retaliação.
A revogação do visto de um magistrado de alta patente é um evento incomum e pode impactar as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. A medida é interpretada como um sinal claro de descontentamento com a condenação de Bolsonaro e a possibilidade de que outros juízes e autoridades que julgaram casos relacionados ao ex-presidente também tenham restrições de entrada nos EUA.
Da redação Midia News
