
A calmaria que se esperava nos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF) foi quebrada por uma intensa troca de farpas entre os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, revelada nos bastidores da Corte. O motivo da desavença é a decisão que envolve o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o crime de calúnia contra o próprio Gilmar Mendes.
A discórdia surgiu após Fux pedir vista no julgamento virtual de um agravo regimental, suspendendo a análise do recurso da defesa de Moro. A Primeira Turma já havia formado maioria (4 a 0) para rejeitar o recurso e, assim, manter o senador na condição de réu na ação penal.
De acordo com relatos de fontes próximas, a interrupção abrupta do julgamento foi o estopim para o desentendimento. O clima esquentou em uma sala reservada, com Gilmar Mendes questionando a atitude de Fux, que, por sua vez, teria rebatido a intromissão por Mendes não integrar a Primeira Turma, colegiado responsável pelo caso. A troca de acusações teria elevado o tom da discussão, expondo a tensão latente entre os ministros em um processo de alta sensibilidade política.
A ação penal contra Moro se refere a um vídeo em que o ex-juiz da Lava Jato insinua que o ministro Gilmar Mendes estaria envolvido em corrupção passiva para conceder habeas corpus. Com a vista pedida por Luiz Fux, o julgamento permanece suspenso, e o processo deve ser devolvido em até 90 dias, mantendo a indefinição do caso e o fogo cruzado nos bastidores da mais alta corte do país.
Da redação Midia News