
A inflação tem atingido o poder de compra da população brasileira, mas o impacto é sentido de forma mais severa pelas pessoas com mais de 60 anos. Dados recentes de índices de preços específicos para essa faixa etária, como o IPC 60+ e o IPC-3i, indicam que o custo de vida para os idosos tem avançado acima da média geral da inflação, gerando uma pressão significativa sobre o orçamento familiar.
O fenômeno é explicado pela composição da cesta de consumo dos mais velhos. Grupos de despesas como Saúde e Cuidados Pessoais, que englobam planos de saúde e medicamentos, e Habitação, com alta nos custos de energia elétrica e condomínio, costumam ter um peso maior nos gastos dos idosos. Em muitos períodos, os aumentos nesses setores superam as variações de preços de itens que têm menos relevância na despesa desse grupo, como vestuário ou algumas categorias de alimentos que apresentaram deflação.
Essa disparidade no aumento dos preços é crítica, considerando que grande parte da renda dos idosos provém de aposentadorias ou pensões, cujos reajustes nem sempre acompanham a inflação real dos itens que consomem. Para muitos, a saída tem sido buscar complementar a renda, elevando a participação de idosos no mercado de trabalho, muitas vezes em postos informais. O descompasso entre o aumento do custo de vida e o poder de compra das aposentadorias coloca em xeque a sustentabilidade financeira de milhões de famílias no país.
Da redação Midia News