General chavista acusa ditadura da Venezuela de financiar campanha de Lula
Ex-chefe de inteligência relata esquema de apoio a líderes de esquerda na América Latina e Europa; legislação brasileira pune com prisão doações estrangeiras

O ex-chefe de Inteligência Militar da Venezuela, general Hugo Armando Carvajal, conhecido como “El Pollo” Carvajal, afirmou à Justiça espanhola que o governo venezuelano, sob o comando de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, financiou ilegalmente movimentos políticos de esquerda em diversos países por cerca de 15 anos. Entre os beneficiados pelo esquema estaria o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Em carta enviada ao juiz Manuel García-Castellón, Carvajal detalha que o financiamento internacional se dava por meio de malas diplomáticas – correspondências oficiais entre governos e embaixadas que não podem ser violadas –, utilizadas para transportar o dinheiro. O ex-general cita, além de Lula, líderes como Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), e o partido Podemos (Espanha) como beneficiários do esquema.
A acusação levanta um alerta sobre a lei eleitoral brasileira. No Brasil, o Código Eleitoral proíbe o recebimento de recursos provenientes de governos ou partidos políticos estrangeiros para o financiamento de campanhas eleitorais. O descumprimento desta norma pode resultar em penalidades que incluem até mesmo a reclusão.
A assessoria do ex-presidente Lula negou as alegações, afirmando, na época das denúncias, que suas contas foram auditadas e nenhuma irregularidade foi encontrada. Carvajal, que foi um ex-aliado de Chávez, segue preso na Espanha e tem sua extradição para os Estados Unidos negociada, onde enfrenta acusações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Da redação Midia News