
LONDRES – Em um momento que mistura alta complexidade médica e expressão humana, a britânica Denise Bacon, 65 anos, diagnosticada com Doença de Parkinson desde 2014, conseguiu tocar seu clarinete durante o próprio procedimento cirúrgico de estimulação cerebral profunda (DBS) no King’s College Hospital, em Londres. People.com+2The Times+2
A cirurgia, realizada em julho de 2025, durou aproximadamente quatro horas, e Denise permaneceu acordada durante parte do procedimento, para que a equipe médica pudesse aferir em tempo real a resposta motora dos eletrodos implantados. People.com+1
Como funcionou
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A técnica de DBS envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro responsáveis pelo controle motor — no caso da Parkinson, regiões onde os circuitos de movimento ficam prejudicados. People.com+1
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Os eletrodos foram conectados a um gerador, semelhante a um “marca-passo cerebral”, colocado no tórax da paciente, que envia impulsos elétricos para modular a atividade cerebral. People.com
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Para testar a eficácia imediata da estimulação, a paciente foi convidada a tocar seu clarinete durante a operação — assim, os neurocirurgiões e neurologistas puderam observar a melhora motora para os dedos, mãos e braços. The Times+1
O que foi observado
Denise relatou que, assim que a estimulação foi aplicada, sua mão direita começou a se mover com maior facilidade, o que refletiu na destreza para tocar o instrumento – algo que há anos ela não conseguia devido à rigidez e lentidão dos movimentos causados pela Parkinson. People.com+1
Importância para o paciente e para o tratamento
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Para Denise, retomar um hobby tão significativo quanto tocar clarinete representa mais do que um simples progresso físico: é uma questão de identidade, qualidade de vida e esperança.
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Para a medicina, o caso simboliza o avanço das intervenções funcionais que vão além dos medicamentos e evidenciam o benefício da estimulação cerebral quando bem indicada. Os especialistas alertam: embora não seja cura, a DBS pode alterar significativamente o quadro motor do paciente. The Times+1
E no Brasil?
Este tipo de intervenção ainda é de alta complexidade e requer equipe especializada, recurso tecnológico e acompanhamento multidisciplinar. No entanto, histórias assim ajudam a divulgar opções terapêuticas que podem, eventualmente, ser acessadas por pacientes brasileiros através de centros de referência. Voltadas também à reabilitação — fisioterapia, terapia ocupacional, música terapia —, essas intervenções podem ampliar horizontes de autonomia para quem convive com a Parkinson.
Sobre o vídeo
Foi divulgado um vídeo nas redes sociais em que Denise aparece tocando clarinete no centro cirúrgico, enquanto parte da equipe monitora a estimulação cerebral.
Da redação Midia News