
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um movimento de projeção diplomática global, ofereceu-se recentemente como mediador para reduzir as crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. A proposta, feita em meio a uma escalada militar americana na região do Caribe e a acusações diretas do governo Donald Trump contra o regime de Nicolás Maduro, foi recebida com ressalvas e, em alguns casos, com rejeição aberta por figuras-chave ligadas ao ex-presidente e atual candidato à reeleição.
Aliados de Trump, incluindo influentes republicanos no Congresso e futuros conselheiros de política externa, manifestaram ceticismo sobre a capacidade do Brasil atuar como um mediador neutro. A postura do governo brasileiro, que tem criticado a “ingerência” externa na Venezuela e buscado o fortalecimento do multilateralismo, é vista por estes grupos como um obstáculo a uma linha mais incisiva e de pressão contra o que consideram ser uma ditadura que ameaça a segurança regional.
O foco da equipe de Trump tem sido intensificar a pressão sobre Maduro, designando grupos venezuelanos como terroristas e oferecendo recompensas por informações que levem à captura do ditador. A mediação de Lula, embora bem-vista por Caracas, que considerou o gesto “positivo”, contraria a aposta de alto risco dos aliados de Trump, que buscam alinhar os EUA com a oposição venezuelana, defendendo uma postura mais agressiva.
A divergência sobre o papel do Brasil como pacificador da crise venezuelana se soma aos pontos de atrito existentes entre Lula e Trump, sinalizando um desafio na reaproximação diplomática entre Brasília e Washington, especialmente em um cenário de possível retorno do republicano à Casa Branca.
Da redação Midia News





