A tensão entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo atingiu um novo patamar esta semana, após a revelação de uma tentativa de interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em assuntos internos da Câmara dos Deputados. A crise se instalou após o presidente realizar uma ligação telefônica para o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que preside a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), na qual teria tentado influenciar o andamento de determinadas questões na Casa.
A atitude do presidente gerou uma onda de desagrado e reação imediata entre diversos parlamentares. Deputados de diferentes matizes políticas viram na ação presidencial um sinal de desrespeito à autonomia da Câmara e uma tentativa de extrapolar os limites constitucionais entre os poderes.
Motta, que recebeu a ligação, não detalhou publicamente o teor exato da conversa, mas a notícia da tentativa de interferência repercutiu rapidamente nos corredores do Congresso. Líderes de bancada e membros da Mesa Diretora manifestaram preocupação com o precedente que a atitude pode abrir.
A movimentação de Lula é interpretada nos bastidores como uma tentativa de minimizar desgastes ou garantir a aprovação de pautas de interesse do governo em comissões-chave. No entanto, o efeito imediato foi o oposto, unindo parte da oposição e até mesmo alas de partidos aliados em uma defesa enfática da independência da Câmara.
O episódio coloca em xeque a harmonia necessária entre Executivo e Legislativo para a governabilidade e promete ser um tema de debate acalorado nas próximas sessões plenárias. A crise exige um pronto posicionamento do Palácio do Planalto para esclarecer os fatos e tentar aparar as arestas com o Congresso.
Da redação Midia News
