
Um deputado formalizou uma solicitação de explicações ao Ministério da Educação (MEC) em razão de questões presentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que abordavam temas relacionados a rituais e linguagem do Candomblé. A cobrança, apresentada na forma de um ofício, visa esclarecer os critérios de seleção e a pertinência pedagógica do conteúdo que, segundo o parlamentar, gerou polêmica e desconforto entre parte dos estudantes e da sociedade.
O teor das questões em xeque trouxe à tona a discussão sobre o papel do exame em abordar temas ligados a matrizes religiosas de origem africana e a necessidade de se manter o respeito à diversidade cultural e religiosa no ambiente educacional. O deputado alega que a inclusão dos assuntos pode ter ultrapassado o limite da contextualização histórica ou sociológica, entrando na esfera da doutrina ou de rituais específicos, o que seria inadequado para uma prova de caráter nacional e laico.
A comunidade acadêmica e defensores da liberdade religiosa, por outro lado, destacam a importância de se incluir a história e a cultura afro-brasileira no currículo, conforme previsto em lei, e veem a abordagem como uma forma de combater o racismo e a intolerância religiosa. O MEC ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ofício, mas a expectativa é de que o episódio reabra o debate sobre a neutralidade e a abrangência dos temas abordados no principal vestibular do país.
Da redação Midia News





