
Os Correios anunciaram nesta sexta-feira um plano considerado agressivo pela direção da estatal para conter o risco de colapso operacional e financeiro nos próximos anos. A estratégia inclui cortes estruturais, modernização acelerada de centros de distribuição, revisão de contratos e novas linhas de financiamento — medidas que, embora prometam aliviar gargalos logísticos, também devem ampliar a já crescente dívida bilionária da empresa.
Segundo a direção da estatal, o pacote de ações foi elaborado para enfrentar a queda contínua de receitas, pressionada pelo avanço do mercado privado de entregas e pelas mudanças nos hábitos de consumo. O objetivo central é manter a competitividade em meio ao aumento da demanda por serviços de maior velocidade e rastreabilidade.
Especialistas do setor, no entanto, avaliam que o novo plano pode gerar efeitos colaterais importantes. O principal deles é o risco fiscal, já que a ampliação das dívidas pode exigir aportes futuros do governo federal para garantir a solvência da estatal. “Os Correios precisam modernizar, mas o desafio é fazer isso sem comprometer ainda mais o passivo financeiro”, afirma um analista ouvido pela reportagem.
A empresa afirma que o plano representa “a única saída viável” para impedir uma deterioração mais profunda da rede logística nacional, especialmente em regiões que dependem fortemente do serviço público de entregas. A previsão é que as primeiras medidas sejam implementadas ainda neste semestre.
Da redação Mídia News





