
A Universidade de São Paulo (USP) se tornou palco de um acalorado debate após um evento de grande porte, promovido pelo Dunamis Movement, ocupar a Praça do Relógio, no campus Butantã, no dia 29 de agosto. O encontro, que reuniu centenas de jovens evangélicos e incluiu música, pregações intensas e discursos com forte teor político-ideológico, gerou reação imediata entre a comunidade estudantil.
O culto, classificado por estudantes da Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP) como inédito em dimensão no campus e realizado sem autorização prévia da reitoria, contou com manifestações como “A USP pertence a Jesus Cristo” e críticas diretas a pensadores como Karl Marx e ao comunismo. Segundo relatos, o volume do som incomodou moradores e funcionários, chegando a mais de 700 metros de distância. O movimento Dunamis, fundado pelo pastor Teo Hayashi, aposta em uma estética moderna e linguagem voltada à Geração Z, com o objetivo declarado de evangelizar universitários.
Em resposta, grupos de alunos e representantes estudantis se mobilizam para tentar barrar a realização de cultos evangélicos futuros em áreas comuns da universidade. A iniciativa levanta discussões sobre os limites da liberdade religiosa em um espaço acadêmico público e a manutenção do princípio da laicidade, previsto na Constituição. O episódio coloca em xeque as regras de uso do campus e a convivência entre diferentes visões de mundo dentro da maior universidade do país.
Da redação Midia News





