
Em uma cena incomum e de forte carga simbólica, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou nesta terça-feira (9) a cadeira da presidência da Câmara dos Deputados como forma de protesto contra a inclusão em pauta da votação de seu processo de cassação. A decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de levar adiante a análise do parecer aprovado pelo Conselho de Ética reacendeu o embate sobre decoro parlamentar — e Braga reagiu invadindo a Mesa Diretora, recusando-se a sair e declarando que permaneceria “até o limite das minhas forças”.
A ocupação durou cerca de 45 minutos a uma hora. Segundo relatos, policiais legislativos esvaziaram o plenário, retiraram jornalistas e suspenderam a transmissão da TV Câmara, antes de removerem o deputado à força. A sessão foi suspensa imediatamente após o incidente.
O protesto de Braga ganhou contornos dramáticos. Ele justificou a ocupação como um ato de resistência e denunciou o que considera “tratamento desigual” por parte da presidência da Câmara: recordou que, anteriormente, outros parlamentares que ocuparam a mesa — em atos de obstrução — não foram punidos.
Para o presidente Hugo Motta, a ação representa um desrespeito à instituição. Em nota, afirmou que a cadeira da presidência “não pertence a mim. Pertence à República. Pertence à democracia. Pertence ao povo brasileiro” e que o ato de Braga configura “intimidação, espetáculo ou desordem”.
Enquanto a tensão política cresce, a votação da cassação de Glauber Braga continua prevista para esta quarta-feira (10). Se aprovada, ele pode perder o mandato — uma medida com impacto duradouro sobre sua elegibilidade e trajetória política.
Da redação Mídia News





