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Barroso: Proposta de voto impresso era “germe” de movimento golpista do 8/1

Barroso fala de supostos ataques de apoiadores de Bolsonaro às instituições brasileiras em evento

No evento de sábado (6), Luís Roberto Barroso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que a proposta de voto impresso endossada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, junto com as dúvidas levantadas sobre as urnas eletrônicas, eram o “germe” do movimento golpista.

“Sempre tive o pressentimento que ali estava o germe do golpe. Imaginem o que essas pessoas, que tiveram a capacidade de invadir o Supremo, o Planalto e o Congresso, fariam nas sessões eleitorais se tivessem contagem pública manual e imaginassem que perderiam”, disse.

Durante seu discurso no Brazil Conference at Harvard & MIT, evento realizado hoje em Boston, EUA, por pesquisadores brasileiros, Barroso listou uma série de supostos ataques às instituições brasileiras realizados por apoiadores de Bolsonaro e seu grupo político.

Na sua apresentação, o ministro insinuou que um “processo de esvaziamento democrático” começou nos primeiros dias do mandato do ex-presidente.

“Isso começou com o esvaziamento da participação da sociedade civil em órgãos de formulação de políticas públicas, ligadas ao meio ambiente e crianças. Houve desmonte dos órgãos de proteção ambiental e de proteção de comunidades indígenas”.

Logo depois, ele delineou o que caracterizou como “negacionismo pleno à ciência” no decorrer da pandemia de Covid-19, e destacou que, mesmo com apenas 2,7% da população global, o Brasil registrou 10,2% das fatalidades causadas pelo vírus.

“Esse foi o tamanho da má gestão da pandemia no Brasil”, disse, antes de seguir nas críticas ao governo Bolsonaro.

Desinformação e eleições

O ministro também declarou que as ameaças de “desinformação” e “discurso de ódio” irão se repetir nas eleições brasileiras e globais deste ano.

Barroso mencionou o uso de tecnologias de “deepfake” como um risco adicional, as quais são capazes de forjar voz e imagem para criar peças artificiais e disseminar conteúdos sem o consentimento do indivíduo envolvido.

“Um grande problema que o mundo enfrenta e vai enfrentar de novo onde houver eleições esse ano é o uso das plataformas digitais para desinformação, discurso de ódio e teorias conspiratórias. Isso agora vai acontecer sob o espectro do deepfake, que é capaz de colocar a mim ou outros dizendo coisas que nunca dissemos sem que seja possível identificar que aquilo é uma fraude”, afirmou.

“A humanidade corre risco de perda da liberdade de expressão, porque somos ensinados a acreditar no que vemos e ouvimos. O dia em que não pudermos acreditar no que vemos e ouvimos, a liberdade de expressão será perdida”, completou Barroso.

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