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O Corixão da Santana

São muitos os corixos no Pantanal que levam o nome de Corixão. Penso que em todas as regiões da planície pantaneira exista ao menos um corixo com esse nome.

Regiões há em que o nome é dado a mais de um corpo d’água. Importante salientar que não se trata de meros cursos dágua mas de extensos e profundos escoadores da planície.

Um desses corixos, aquele que leva o nome de Corixão da Santana, fazenda tradicional do distrito de Paiaguás, por onde passa históricamente trazendo em sua viagem as águas captadas nas grandes regiões abertas e avazantadas da margem direita do Rio Taquari.

Forma o seu leito definitivo, na região da fazenda Anakam, a partir de onde apresenta sua mata ciliar, esse grande corixo jaz moribundo e sem a sua grande serventia que era banhar uma imensa região, até cair no Riozinho com o nome de Corixo das Piranhas e através daquele, no caudaloso Rio Paraguai.

Como consequência desse fato, uma imensa parte da paisagem paiaguense vem se tornando uma perfeita Caatinga no meio do tão zelosamente legislado e protegido Pantanal.

Alguns neófitos pantaneiros talvez pensem que, estando seca a fazenda, melhor para a formação de pastagens.

Talvez por algum tempo as aparências os enganem, mas chegará a hora em que a natureza cobrará o seu alto preço. Talvez por isso estejam calados, julgando levar vantagem.Pagarão pelos seus erros.

Mas, não compete ao particular decidir se algo bom para sí, será bom para outrem. Muitas vezes não o é.

Então, é dever do poder público, mais uma vez tão zeloso com o meio ambiente, tomar providências no sentido de investigar as causas dessa obstrução de águas tão necessárias à vida do Paiaguás.

Para quem não viu e nem ouviu dizer, o Corixão da Santana foi célebre celeiro de pacús e pintados , que ficavam presos em seus poços mais profundos.

Esse grande recurso natural pantaneiro está à espera de uma averiguação da sempre atenta Secretaria De Todas As Coisas, antes que o aguapé dê lugar ao mandacarú e as nossas decantadas cordilheiras se transformem num charravascal nordestino.

Manoel Martins de AlmeidaPecuarista do Paiaguás.

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