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O RIO TAQUARI PANTANEIRO – O RIO SEM FOZ

Rio Taquari (MS) – afluente gigante do Rio Paraguai (842 km), com nascentes na Serra do Caiapó, a nordeste da cidade de Coxim, na divisa entre os Estados do Mato Grosso do Sul e Goiás e de enorme significado na formação do Pantanal.

Tragédia semelhante a que acomete o Rio Grande do Sul vem acontecendo, há meio século, no rio Taquari (MS), onde o assoreamento continuo “aterrou” sua calha, sobretudo, na foz, que desapareceu, transformando suas margens em um grande charco pontilhado por esqueletos de árvores que não resistiram ao alagamento permanente de suas raízes.

O fenômeno, tanto no RS como em MS, não surpreende ninguém, são descasos jogados às costas dos “atos de D’us” para encobrir a deliberada omissão de políticos que nada veem no amanhã, a não ser a própria reeleição. A sabida impunidade estimula-os, o que nos lega um vácuo de hábeis políticas públicas. Vez por outra, escudam-se, cúmplices, em projetos ambientais exógenos, gerenciados por ONGs duvidosas, muitas delas, voltadas para atender interesses múltiplos apartados dos problemas ambientais que anunciam defender.

A dimensão dos recursos desviados no Petrolão e o no Mensalão mostram que recursos financeiros são disponíveis e que projetos mitigadores são exequíveis, de valores aceitáveis, tanto no RS como no rio Taquari (MS), desde que os governantes não se corrompam, tenham estrita visão no interesse público e deixem de submeterem-se a prática de buscarem “visibilidade vazia”, aquela que os levam a construção de ociosas praças de esporte onde, mesmo sem atletas, servem-lhes de “vitrines” de autopromoção eleitoral. No caso do Pantanal, com seu vazio demográfico, nem há eleitores em número suficiente para estimula-los as ações necessárias.

 As correções que o Rio Grande do Sul e o rio Taquari (MS) necessitam são deveras conhecidas, as consequências que sofrem, todos sabem as causas, mesmo assim, os males ambientais progridem nos braços da impunidade que hoje, mais do que nunca, assola o país. É hora de a sociedade voltar olhos para imputar responsabilização aos verdadeiros culpados por essas catástrofes, que se perenizam no esteio de uma natureza muda e na frágil memória popular, deixando abertos caminhos de enriquecimento sem causa, no rastro crescente de miseráveis e mortes evitáveis.

Diz um amigo pantaneiro que “o Pantanal não impõe, só expõe”, porém, só expondo continuamente, sem receber respostas ao seu clamor, breve, o mal que assola o rio Taquari (MS) e o RS, poderá emular-se no Rio Paraguai, descaracterizando-o, fazendo ressurgir o lendário Mar de Xaraés1, pondo fim a “maior planície alagável do mundo”.

1 Mar de Xaraés: um lago hipotético retratado por cartógrafos e cronistas hispânicos do século XVII. Na verdade, interpretação errônea das observações do Pantanal na época das cheias por parte dos exploradores europeus. 

TUDO PELA PÁTRIA

Opinião do Parnahyba
por: Gilson Victorino
em 25/05/2024

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