
Nesta quarta-feira (13), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou em audiência pública na Câmara dos Deputados que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não fez críticas diretas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas sim “comentários”. Vieira destacou ser “óbvio e natural” que Lula expresse opiniões sobre líderes e partidos de outros países com os quais tem maior afinidade política.
“Com relação à eleição do presidente Trump nos EUA, críticas que o presidente Lula teria feito, ele não fez críticas, fez comentários, e é óbvio e natural que ele se manifeste a respeito dos candidatos em países do exterior e partidos que sejam mais próximos do seu partido e da sua posição partidária”, explicou Vieira.
O ministro acrescentou que Trump já havia proferido comentários muito mais contundentes a respeito do Brasil e de Lula. “Agora, devo dizer que também o presidente americano Trump já tinha feito uma série de comentários muito mais difíceis, até muito mais críticos ao Brasil e ao presidente Lula. Acho que isso são coisas de campanha, não tem problema”, complementou.
As declarações de Vieira foram feitas após parlamentares lembrarem que, antes das eleições nos EUA, Lula chegou a fazer comparações fortes em relação a Trump. Em uma entrevista ao canal francês TF1, Lula afirmou: “Vimos o que foi o presidente Trump no final do seu mandato, fazendo aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável de acontecer nos EUA, porque os EUA se apresentavam ao mundo como um modelo de democracia. E esse modelo ruiu.”
Além disso, Lula expressou preocupação com o aumento do “ódio” e das “mentiras” em diversos países. “Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”, acrescentou.