
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que a Corte assumiu a responsabilidade de impedir o progresso de medidas que ele caracterizou como autoritárias e extremistas. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo neste domingo, 13.
No vídeo apresentado na Brazil Conference, um evento organizado pelas universidades de Harvard e do MIT, Barroso enfatizou que o STF atuou assertivamente em áreas como a pandemia, meio ambiente e na defesa dos povos indígenas.
De acordo com suas palavras, o tribunal agiu para reverter ações que colocavam em risco o equilíbrio institucional. O juiz não estava fisicamente presente no evento, uma vez que está cumprindo obrigações no Japão.
“Aqui no Brasil para enfrentar o populismo autoritário e o extremismo, o Supremo Tribunal Federal chamou para si essa missão, ao lado de outras instituições”, disse Barroso. “E atuou intensamente mediante diferentes formas de atuação.”
Contudo, a gravação de suas declarações sugere críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, o político foi acusado por suspeitas de estar à frente de uma alegada tentativa de golpe de Estado em 2022.
Barroso ressalta embate do STF contra o “terrorismo institucional”
Barroso ressalta ainda que o Supremo lidou com o que ele denominou de “terrorismo institucional”, por meio de investigações, incluindo aquelas iniciadas por iniciativa própria. Como consequência, tais ações desencadearam críticas por parte da Procuradoria-Geral da República e de segmentos jurídicos, que percebiam excessos nas ações do Poder Judiciário.
O presidente do tribunal alega que uma parcela do conservadorismo do Brasil e certos líderes religiosos teriam sido influenciados por agendas extremistas. Em sua opinião, essa tendência causou danos à democracia e à integridade das instituições.
Em outra parte de sua declaração, o juiz sustenta que a desinformação é uma das principais estratégias empregadas para minar a confiança no sistema democrático. Inspirado por um dito ligado ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ministro apoiou a noção de que o país precisa “fazer com que mentir volte a ser errado de novo”.
As informações são da Revista Oeste